Uma mulher evangélica foi presa após usar uma enxada para destruir uma imagem na porta da Igreja Nossa Senhora da Piedade, em Belo Oriente (MG).
Um morador flagrou o momento em que a mulher ergue a enxada (foto) e desfere vários golpes contra a imagem, e exaltada, diz à santa para reagir ao ataque.
A senhora de 48 anos foi detida pela Polícia Militar e levada à delegacia para prestar depoimento, mas se recusou a dizer a motivação do crime.
A Polícia Civil revelou que ela estava transtornada, repetindo frases sem nexo, e por isso, foi liberada para voltar para casa. A família da dona de casa se comprometeu a levá-la à delegacia quando ela melhorar.
“Todo mundo ficou assustado. Ela fez isso na frente de vários moradores e não se importou. Não sabemos por qual motivo ela fez essa barbaridade, mas nada justifica”, disse um morador em entrevista ao site O Tempo.
Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi feito pelo delegado, porque o ato de vandalismo contra a imagem sacra foi considerado um crime de menor potencial ofensivo. Uma audiência também foi agendada no fórum da cidade.
A suspeita é que a mulher sofra de um distúrbio mental, e que por isso, tenha agido dessa forma. O padre Luiz Carlos Macedo, que celebra missas na cidade há 20 anos, disse que a mulher conversou com a imagem antes de desferir os golpes de enxada.
“Estava na casa paroquial quando duas garis chegaram gritando e contando que tinha uma mulher destruindo a imagem. Acionei a polícia e fui para a porta da igreja, onde vários fiéis estavam chorando”, afirmou o padre, que destacou o fato de nunca ter tido problemas com evangélicos: “A relação sempre foi tranquila. Fiz uma representação contra ela na delegacia. A sociedade precisa ter uma resposta. Ela cantava várias músicas da igreja que frequenta. Algumas pessoas me disseram que ela chegou a conversar com a imagem e pediu que ela reagisse. Muito descontrolada, ela foi levada para o quartel, acompanhada pela família”, concluiu.
A restauração da imagem danificada começou no dia seguinte, de acordo com o padre: “Arcamos com o material e a mão de obra é voluntária. Ainda não sabemos quanto tempo vai durar o serviço. Um dos filhos da mulher quis arcar com os prejuízos. Não é questão financeira, o que queremos é respeito com todas as religiões”, concluiu.