A cidade de Uberaba (MG) reprovou a adoção da ideologia de gênero como parte da grade curricular das escolas municipais, e agora, alunos da rede municipal vêm recebendo uma cartilha explicativa sobre o que é essa corrente ideológica.
A emenda à Lei Orgânica do Município proibiu a discussão de questões ligadas à ideologia de gênero nas escolas, e a distribuição da cartilha por iniciativa do vereador Samuel Pereira (PR), que é evangélico, gerou acusações de homofobia e machismo ao político.
De acordo com informações do jornal Correio Braziliense, a cartilha “Ideologia de Gênero – Entenda o risco que você e seus filhos estavam correndo”, diz que “como não estão conseguindo mudar a cabeça da população, inventaram novos recursos para nos sabotarem”, e assevera que dentre os movimentos ideológicos atuais, “o mais disfarçado e perigoso é a ideologia de gênero”.
Em outro ponto, a cartilha destaca os perigos do ensino da ideologia de gênero: “Pai e mãe, existem organizações muito ocupadas em destruir nossa família. Dizem que o povo é muito fora de moda e precisamos deixar os ensinamentos dos antigos e nos abrirmos às novidades”, alerta.
O vereador afirmou à imprensa local que fez a distribuição da cartilha “em locais onde identificou ideologia de gênero” presente. Didático, o material usa linguagem simples e ilustrações, explicando que a ideia de que ninguém nasce homem ou mulher “é um absurdo”.
Contrária à cartilha, a educadora Larissa Martins divulgou nas redes sociais que o material vinha sendo distribuído e criticou a iniciativa do vereador, afirmando que o conteúdo vai “contra os direitos humanos e a diversidade de sexo e gênero”.
A Câmara Municipal divulgou nota afirmando que “a discussão foi democrática, com espaço aberto para exposição de pensamentos de todos os segmentos”, e que por isso, não vê preconceito ou intolerância no material divulgado pelo vereador.