O novo presidente eleito da Guatemala, o evangélico Jimmy Morales, 46 anos, alcançou o posto de maior autoridade do país de forma meteórica, pois nunca havia se candidatado a nenhum cargo antes de tentar a presidência.
Morales, que é teólogo e membro de uma Igreja Batista, é conhecido nacionalmente como humorista, pois ao longo de 14 anos atuou nas emissoras de TV fazendo piadas e esquetes de humor.
Ao se lançar candidato, juntamente com outros treze políticos, Morales foi desacreditado. No entanto, a divulgação do envolvimento do atual presidente e sua vice com um escândalo de corrupção que lucrava a partir de fraudes alfandegárias, o discurso de Morales passou a receber atenção dos eleitores.
Seu mote de campanha era “nem corrupto, nem ladrão”, e sempre que podia, em entrevistas, discursos ou debates, Morales se descrevia como um “nacionalista cristão” e ressaltava sua intenção de acabar com as ilegalidades: “Meu compromisso é com Deus e com o povo guatemalteco”.
No primeiro turno, Morales superou a desconfiança e carimbou sua passagem ao segundo-turno das eleições, disputado com a ex-primeira-dama, Sandra Torres.
Quando as urnas foram abertas no último domingo, 25 de outubro, Morales havia recebido mais do que o dobro dos votos de Torres: 68,5% contra 31,5%. Em em seu discurso de vitória, reforçou o que disse ao longo de toda a campanha: “Se dermos o exemplo desde cima, há mais probabilidades e solvência moral para exigir aos escalões intermediários e mais baixos para que todas as coisas sejam feitas sem corrupção”, disse.
Agradecendo o voto de confiança dos eleitores, o novo presidente eleito disse que a atitude dos guatemaltecos em apostar em alguém sem experiência política foi corajosa: “Foi um voto valente, um voto de esperança, um voto que tem claro de que é preciso acabar com a corrupção. Faço um chamado a todos para que construamos essa realidade”, afirmou Morales.
O novo presidente da maior economia da América Central apontou, há aproximadamente um mês, qual seria sua estratégia inicial para combater atos de corrupção: “Portas abertas e auditoria de tudo. Nas instituições, na justiça, na polícia, nas alfândegas”, elencou, em entrevista à agência Reuters.