A promessa de indicação de um jurista “terrivelmente evangélico” ao Supremo Tribunal Federal (STF) feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) é vista como “natural” pela ministra Damares Alves.
Damares – ela própria com amplo conhecimento do Direito, já que é advogada e atuou como assessora parlamentar no Congresso Nacional – entende que a chegada de um jurista evangélico é algo que aconteceria mais cedo ou mais tarde, já que o número de fiéis desse segmento só cresce no país.
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos declarou que essa indicação, ao contrário do que se faz parecer, acontecerá pela capacidade, e não pelo aspecto religioso: “Se a Suprema Corte é igualitária, representa todos os interesses, e nós nunca tivemos um ministro evangélico, por que não ter um ministro evangélico na Suprema Corte? E eu vou dizer uma coisa. É tão natural isso, tão óbvio”, afirmou.
“Alguns candidatos que estou vendo aí, alguns são cristãos, são evangélicos. Então vejo isso com muita naturalidade”, reiterou Damares, durante um evento nos Estados Unidos com a comunidade evangélica, de acordo com informações do portal Uol.
Bolsonaro não tem tocado no assunto nos últimos dias, mas uma de suas últimas manifestações sobre isso foi para classificar o atual advogado-geral da União (AGU), André Luiz Mendonça, pastor presbiteriano, como alguém”terrivelmente evangélico”.
Esse “critério” pessoal do presidente não contradiz o que a Constituição Federal define como requisitos de um indicado para o STF: reputação ilibada e notável saber jurídico. Bolsonaro, portanto, precisa encontrar alguém com esse perfil, e que também seja ligado ao segmento evangélico.
Responsável por cunhar o termo “terrivelmente cristã” ao se referir a si própria, Damares entende que o presidente será responsável em sua decisão: “Ele [Bolsonaro] não vai escolher ninguém que seja evangélico, ele vai escolher por capacidade. Mas se tiver três evangélicos ele vai nomear um dos três, como no passado tiveram candidatos evangélicos que não foram nomeados”, concluiu.