Amor à Vida foi, das novelas recentes da TV Globo, a que menos sofreu críticas e campanhas de boicote por parte dos evangélicos. Foi. Nas redes sociais, circula uma imagem convocatória pedindo o boicote dos cristãos na última semana de exibição do folhetim escrito por Walcyr Carrasco.
O motivo do pedido de boicote são os rumores de que o autor teria incluído uma cena com beijo gay entre os personagens Félix e Niko. A informação surgiu numa publicação do jornal O Dia, que teria apurado que a direção da emissora já havia autorizado a gravação da cena.
Após a veiculação da notícia, uma nota da Globo limitou-se a dizer que uma cena de beijo entre esses personagens “não estava no roteiro”. Dos atores envolvidos na questão, Thiago Fragoso, que interpreta Niko, afirmou que faria a cena sem problemas: “Estou pronto para fazê-lo. Mas acho que o afeto e a sexualidade não ficaram em primeiro plano nesta história. O mais importante foi mostrar um casal gay no dia a dia, na sala, e não no quarto. Uma história de família”, observou. A esposa de Mateus Solano, que interpreta o vilão Félix, afirmou que não se incomodaria, caso fosse necessário que seu marido beijasse outro homem: “É tão simples”, disse a atriz Paula Braun, que interpreta a médica Rebeca na novela.
O boicote prevê atingir principalmente os dois últimos capítulos, que é quando a emissora espera atingir as maiores audiências da novela. Na última segunda-feira, 27 de janeiro, Amor à Vida bateu seu próprio recorde, com 72% dos televisores ligados nas cenas do folhetim, segundo o Ibope.
A imagem que circula no Facebook lembra de outros boicotes às novelas globais, o que teria resultado numa perda de audiência da emissora. A novela antecessora, Salve Jorge, foi alvo de diversos protestos/boicote durante sua duração. A autora Glória Perez queixou-se das campanhas contrárias à sua novela e no último capítulo, zombou dos evangélicos transformando a vilã Wanda numa detenta convertida ao Evangelho.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+