O conflito envolvendo a entrada ilegal de imigrantes nos Estados Unidos, vindos do México, continua rendendo novos capítulos diariamente. Enquanto isso, um grupo de evangélicos e muçulmanos acredita que poderá contribuir para a solução do impasse fazendo orações conjuntas na fronteira entre os dois países.
A cerimônia de oração ocorre uma vês por mês, aos domingos, no Friendship Park, um ponto de encontro histórico na fronteira EUA-México com vista para o Oceano Pacífico entre San Diego e Tijuana.
“Não há barreira entre nós e os céus hoje”, disse o líder muçulmano Omar Suleiman, que conduziu a oração binacional no último domingo (27).
O encontro entre muçulmanos e evangélicos ocorre porque os dois grupos decidiram fazer reuniões no mesmo local, há cerca de seis meses, resultando assim na “Mesquita da Fronteira” e a Igreja da Fronteira, ou “La Iglesia Fronteriza”, liderada pelo Rev. John Fanestil, um ministro da Igreja Metodista.
Fanestil é diretor de ministérios de justiça e compaixão da Conferência da Califórnia no Pacífico da Igreja Metodista. Ele acredita que a presença de ambos os segmentos religiosos na fronteira dos EUA com o México poderá trazer consciência sobre a justiça social.
“Acho que é uma maneira de dizer ‘não vamos embora. Não vamos desistir ”, disse ele. “Esta é uma testemunha para sempre até que a justiça chegue… acho que é uma coisa muito valiosa estar sempre presente.”, disse ele, segundo informações da Religio News.
A restrição dos Estados Unidos à entrada ilegal de imigrantes está amparada na lei de imigração que rege o país, a qual visa proteger os note-americanos. Regras semelhantes são adotadas em todo mundo, inclusive no Brasil, tendo em vista que a entrada desenfreada de estrangeiros poderá acarretar prejuízos econômicos e sociais ao país de destino.
O evangélicos metodistas e muçulmanos que oram na fronteira México-EUA, no entanto, fazem parecer que o problema migratório na região é fruto de injustiça e discriminação, e não da aplicação correta da lei.
Para Guillermo Navarrete, um dos líderes da Igreja Metodista do México, a oração inter-religiosa, por outro lado, poderá trazer paz ao conflito, devido a sua mensagem de união e superação das diferenças.
“Isso abre uma perspectiva de unidade. Somos todos filhos de Deus”, acredita Navarrete. “Um dos objetivos deste local é oferecer paz, esperança e fé àqueles que não a têm – àquele que foi deportado, ao migrante que não sabe para onde ir e que está sendo oprimido pelas leis de imigração”, conclui.