Historicamente, o Brasil foi um país aliado de Israel e apoiador da fundação do Estado judeu em 1948. A partir de 2002, quando Lula (PT) foi eleito presidente da República, as relações entre as duas nações foram mudando gradual e constantemente. Agora, com o reconhecimento dos Estados Unidos a Jerusalém como capital israelense, o governo brasileiro passou a ser pressionado por lideranças evangélicas a tomar a mesma ação.
Nos últimos anos, sob a gestão da militante comunista Dilma Rousseff (PT), o Brasil votou diversas vezes contra Israel em resoluções propostas por países árabes na Organização das Nações Unidas (ONU).
Lideranças evangélicas, no entanto, acreditam que a iniciativa de Donald Trump possa funcionar como a oportunidade perfeita para que o Brasil reveja sua postura em relação a Israel e reconheça Jerusalém como capital do país.
Segundo informações da BBC Brasil, os líderes evangélicos que se manifestaram a favor da medida tomada pelos Estados Unidos também querem que os diplomatas brasileiros deixem de votar contra Israel na ONU.
“A comunidade evangélica aqui no Brasil vê com muitos bons olhos a atitude do governo Trump. É um movimento importante para que o Estado de Israel se firme, para que o povo judeu se firme, anunciando para o mundo que Jerusalém historicamente sempre foi a cidade santa dos judeus e do cristianismo”, afirmou o deputado evangélico Jony Marcos (PRB-SE).
Além de integrantes da bancada evangélica, o governo do presidente Michel Temer (PMDB) tem sido pressionado pelo grupo Amigos de Israel, que conta com 46 parlamentares, entre deputados federais e senadores. Dentre estes, 31 também são integrantes da ala representativa das denominações evangélicas.
A pressão será maior a partir de 2018, quando Jony Marcos pretende reunir integrantes dos grupos pró-Israel no Itamaraty para cobrar a mudança da embaixada brasileira para Jerusalém.
“Donald Trump está sendo como um semeador da verdade”, afirmou a a pastora Jane Silva, presidente da Associação Cristã de Homens e Mulheres de Negócios e a Comunidade Brasil-Israel, outra que integra o grupo de líderes que pede uma mudança de postura no governo brasileiro e que pretende reunir um milhão de assinaturas favoráveis à iniciativa.
“O que o governo brasileiro está fazendo é rasgar a nossa Bíblia, rasgar a nossa fé. O Brasil vota que Jerusalém não tem a ver com o povo judeu, com Israel. Se Jesus não é homem judeu, não tem a ver com o povo judeu, o Brasil está tentando desmontar a fé no cristianismo”, criticou a pastora.
Mesmo com toda a pressão, o Ministério das Relações Exteriores da administração Temer ainda não fez grandes mudanças de postura na ONU. A única demanda feita pelo Palácio do Itamaraty foi um pedido de mudança da resolução que omitia a denominação judaica ao Monte do Templo, dando ao local apenas o título árabe, al-Aqsa ou Haram al-Sharif.
O senador José Serra (PSDB) assumiu o Itamaraty logo que Temer substituiu Dilma, e foi pressionado para que o Brasil mudasse de postura em relação a Israel. Em junho de 2016, o então ministro afirmou que iria rever a situação, mas, por conta desse movimento, os países árabes não apresentaram a nova resolução em outubro deste ano, o que vem sendo visto como um temor de perder os votos do Brasil e de outras nações integrantes do conselho da ONU.