Liderar uma igreja perseguida em determinada região da Ásia Central não é fácil, mas é isso o que faz um pastor ex-agente secreto da KGB, cujo testemunho foi dado aos colaboradores da organização Portas Abertas, tudo no mais absoluto segredo.
O líder religioso esteve com representantes da organização de vigilância religiosa que foram conferir pessoalmente a situação dos cristãos perseguidos na igreja local, considerada “clandestina” por parte das autoridades, já que na região a liberdade religiosa não é garantida.
Como ex-agente secreto da KGB (Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti), um supostamente extinto órgão de segurança e espionagem da antiga União Soviética, o líder religioso que não teve o seu nome revelado por razões óbvias, contou alguns detalhes sobre o dia a dia dos cristãos perseguidos.
“Quando o culto começa os homens sentam de um lado, as mulheres em outra parte e as crianças em outro canto da sala”, disse um dos colaboradores que presenciou a reunião de adoração feita em uma casa, secretamente, liderada pelo pastor.
Sigilo absoluto
A fim de não chamar atenção da vizinhança, para que não sejam denunciados, os cristãos reunidos cultuam a Deus de forma absolutamente discreta, procurando não chamar atenção, por exemplo, com os louvores.
Para isso, cantam e oram em voz baixa, exortando e ensinando uns aos outros na fé em Cristo, tendo a Palavra de Deus como manual de prática. “Nos sentamos em tapetes, no chão, e compartilhamos mensagens de encorajamento”, disse outro colaborador.
Os enviados da Portas Abertas ofereceu apoio e deixou claro que a Igreja de Cristo está orando por suas vidas, incluindo a do pastor ex-agente secreto da KGB.
“Nós contamos que há cristãos de todas as partes do mundo orando por eles. Também dissemos que eles não estão sozinhos”, disse o porta-voz. “Depois de duas horas, cada um foi para a sua casa.”
“Saímos dali com um senso real do sofrimento e da esperança deles. Nossos irmãos e irmãs em Cristo que vivem na linha de frente da perseguição realmente entregam o futuro deles ao Senhor”, concluiu.