Na Bielorrússia, país situado no Leste Europeu, os cristãos têm visto a liberdade religiosa desaparecer a cada dia. Um exemplo disso é a extinção de uma igreja pentecostal que existia há mais de 30 anos no país, após receber o rótulo de “extremista“.
Fundada em 1992, a Igreja New Life, localizada em Minsk, passou a ser alvo do governo após se levantar contra os abusos do regime ditatorial mantido pelo presidente Aleksandr Grigorievitch Lukashenko.
O ditador foi alvo de novas críticas após o resultado eleitoral de 2020, com o pastor da Igreja New Life, Vyacheslav Goncharenko, engrossando o coro contra o regime. Com isso, a denominação entrou na mira do governo, passando a ser alvo de represálias.
A prisão de Goncharenko foi uma das primeiras reações, o que não ocorreu apenas uma, mas várias vezes. A exclusão de publicações feitas na internet, consideradas “extremistas” pelo governo, também foi outra reação tomada pelo regime.
Além das críticas ao autoritarismo, a igreja também se posicionou contra a guerra contra a Ucrânia, apoiada por Lukashenko, amigo pessoal do presidente russo Vladimir Putin, outro ditador.
No ano passado, o Tribunal da Cidade de Minsk tomou mais uma decisão contra a denominação pentecostal, rotulando a igreja como “extremista”, o que acabou sendo seguido pelo Supremo Tribunal da Bielorrússia.
Extinção
Com a definição da igreja como “extremista”, a justiça proibiu a manutenção das mídias da denominação, como site e redes sociais, assim como a realização de encontros entre os fieis. Nem mesmo reuniões virtuais poderão ser realizadas, segundo informações da Bitter Winter.
Com esta decisão contra a Igreja New Life, os cristãos do país receiam que outras denominações, agora, também se tornem vítimas do abuso ditatorial de Lukashenko, uma vez que, na prática, qualquer rotulação fajuta poderá ser usada pela justiça local como justificativa para calar os opositores do regime.