Ela chegou à prostituição por acaso, depois de perder seu celular e ter suas fotos íntimas espalhadas a milhares de usuários do WhatsApp. As imagens da jovem Dulci Paina atraíram homens interessados a pagar até R$ 300 por uma hora de programa, e num “momento de fraqueza”, a jovem empresária aceitou virar prostituta.
O encontro com a porta de saída da vida de sexo por dinheiro também aconteceu de forma inesperada. Um cliente a entregou um livro cristão, e disse que Deus tinha caminhos diferentes pra ela: “Chegamos no quarto e eu já estava preparada para fazer o que sempre fiz com os clientes, mas ele falou que não queria nada comigo e que estava ali porque Deus o havia mandado para me ajudar. Pediu para eu me olhar no espelho e falou que eu era uma menina bonita, gente boa e que eu não precisava mais fazer aquilo. Que Deus tinha um propósito na minha vida”, relata Dulci, que chegou a recusar o livro: “Eu não queria ler porque no fundo eu sabia que se eu me aproximasse de Deus ia acabar largando essa vida”.
Dulci acabou aceitando o livro, e em determinado momento, uma sobrinha começou a ler um trecho e a mensagem mexeu com a jovem. Segundo ela, o escritor falava que “Deus nos dava o caminho das bênçãos e maldições e que eu deveria escolher o que eu quisesse”, conta.
Alheia às críticas, Dulci vê na igreja uma chance de ajudar outras meninas que passam pela mesma situação, e comenta a postura da sociedade, a quem chama de hipócrita: “Antes, me criticavam porque eu era garota de programa, vendia sexo. Agora que eu decidi me converter, aceitar Deus e mudar de vida, também sou criticada. Que sociedade é essa em que vivemos, em que as pessoas se acham no direito de julgar?”, questiona.
Na entrevista ao G1, ela lamenta as escolhas feitas no passado: “Infelizmente durante esses meses eu optei pela forma mais rápida de ganhar dinheiro, mas isso não quer dizer que era a forma mais fácil. Nunca foi fácil transar com outros homens. A primeira vez foi tão difícil que não consegui”, revela, antes de demonstrar arrependimento: “Eu não repetiria isso. Hoje enxerguei que tenho capacidade para ganhar dinheiro de outra forma, sem desrespeitar os ensinamentos da minha mãe e de Deus. Não quero voltar atrás nunca mais. É uma decisão definitiva. Só quem conhece Jesus sabe o quanto ele nos dá paz para tomar decisões”.
Disposta a permanecer em sua nova vida, ela reconhece as dificuldades e afirma estar focada em ajudar outras pessoas: “Ele não disse que seria fácil. Servir a Deus é um desafio constante. Todos os dias o pecado vem e bate na sua porta. Mas quando você está firme no seu propósito fica mais fácil. Por enquanto eu estou me fortalecendo, conhecendo mais sobre Deus e adquirindo sabedoria, para poder fazer esse trabalho de ajuda”, conclui Dulci.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+