O Iraque atravessa uma nova fase de instabilidade social e beira a guerra civil por conta de ações de extremistas muçulmanos que estariam planejando erradicar os cristãos do país.
Nas últimas semanas, mais de 10 mil pessoas fugiram de comunidades predominantemente cristãs na região de Qaraqosh, cidade vizinha a Mosul, onde os membros do grupo ISIS (Estado Islâmico do Iraque e da Síria) invadiram e atacam violentamente os cristãos que não conseguem pagar um imposto de votação.
“Os líderes comunitários dizem que os moradores de Qaraqosh fugiram de carro, ônibus e táxi na região do Curdistão, norte do Iraque. Muitos são mulheres e crianças. Eles agora estão vivendo com parentes ou em escolas e centros comunitários. Eles fugiram de última hora, com pouco tempo para trazer pertences com eles”, disse o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, segundo informações do Christian Post.
Qaraqosh, também conhecida como Bakhdida, é uma cidade histórica assíria com 50 mil habitantes, a 30 quilômetros ao sudeste de Mosul, que é a segunda maior cidade do Iraque. Uma reportagem do jornal norte-americano The Wall Street Journal afirma que a maioria dos 50 mil habitantes de Qaraqosh fugiram quando os extremistas islâmicos da ISIS e as forças curdas Peshmerga entraram em confronto na última semana. “Ninguém ficou na aldeia. Foi um caos total”, disse um professor ao jornal.
“Agora, todos estes terroristas estão aqui de todo o Oriente Médio, e eles querem erradicar os cristãos. Não há mais ninguém para defender a igreja, e se eu tivesse a chance, eu ia sair também”, afirmou um guarda armado de 35 anos de idade que ficou para defender uma igreja na cidade.
No Iraque, os cristãos são minoria da população, somando apenas 3% de todos os habitantes do país. “Os cristãos são o elo mais fraco da sociedade iraquiana, e nós sempre advertimos que seríamos vítimas em qualquer disputa”, disse Bassim Bello, prefeito da cidade de Tilkif.
Um cristão cometeu suicídio em Mosul depois que sua esposa e filha foram estupradas por membros do ISIS na sua frente porque ele não pode pagar o imposto cobrado pelos extremistas islâmicos da ISIS.