Uma nova polêmica se instalou entre os praticantes de religiões afro, popularmente tratadas como “macumba”, e uma liderança cristã. A bola da vez é o padre Fabio de Melo, que durante um sermão afirmou que o cristão não deve ter ações inspiradas em maldade praticadas por adeptos de diferentes religiões.
Falando sobre o medo da “macumba”, o padre disse que Jesus deixou um recado a seus seguidores de que, no nome dele, poderiam fazer milagres “muito maiores”: “E você treme toda quando vê aquela galinha preta na porta da sua casa”, disse o padre.
“Se você achar, se você de fato acredita que uma galinha preta na porta da sua casa, com litro de cachaça e uma farofa de banana tem o poder de trazer destruição na sua casa, na sua vida, você não conhece a força do Cristo ressuscitado”, disse o padre, gerando uma reação efusiva nos fiéis.
“Com todo respeito a quem faz a macumba, pode fazer, pode deixar na porta da minha casa que, se estiver fresco, a gente come. Com todo respeito a quem acredita nisso, mas isso não é uma compreensão cristã porque nós estamos debaixo dos raios misericordiosos deste Senhor que nos livrou de todo o mal”, acrescentou Fabio de Melo.
Mais à frente, Fabio de Melo fez uma crítica ao sincretismo religioso, e orientou a confiar em Deus: “Se eu tenho fé que o Cristo é o meu Senhor, meu Salvador, eu não vou acreditar que você tem poder de me destruir com a palavra que diz. Não vou acreditar, e a partir do momento que eu não acredito, eu diminuo o poder da sua ofensa”.
A declaração foi elevada à potência de polêmica nas redes sociais, com muitos internautas adeptos do pensamento “politicamente correto”, além de praticantes de religiões afro-brasileiras, criticando a fala do padre.
Para minimizar a repercussão, Fabio de Melo usou o Twitter para se desculpar com quem não observou o foco de sua mensagem e se sentiu ofendido: “Eu não sou proprietário da verdade. Eu estou em busca dela. Quero o esclarecimento espiritual que me coloque ao lado de todos. Diferentes e iguais a mim. Somos irmãos e não me sinto melhor que ninguém. Se fui infeliz na forma como expressei o meu não crer, perdoem-me”, escreveu.
Eu não sou proprietário da verdade. Eu estou em busca dela. Quero o esclarecimento espiritual que me coloque ao lado de todos. Diferentes e iguais a mim. Somos irmãos e não me sinto melhor que ninguém. Se fui infeliz na forma como expressei o meu não crer, perdoem-me.
— padrefabiodemelo (@pefabiodemelo) 10 de maio de 2018