A polêmica em torno das acusações de fraude nas eleições dos Estados Unidos motivou o Facebook a estabelecer um sistema interno e secreto para suprimir veículos de comunicação conservadores.
A “mudança de emergência”, como foi descrita pelo jornal The New York Times, foi implementada no algoritmo da rede social para suprimir conteúdo de veículos considerados “hiperpartidários”, termo usado para sugerir que o conteúdo seria parcial e, potencialmente desonesto.
Como parte do desenrolar dessa decisão, funcionários do Facebook tentam descobrir se o “feed de notícias mais bacana” pode permanecer ativo por muito tempo. As mudanças foram implementadas para impedir o que o Facebook classifica como disseminação de desinformação, o ponto de vista dos fatos a partir de preceitos contrários ao progressismo.
Para isso, a empresa utiliza uma “classificação interna secreta” de editores que foi compilada com base em “sinais sobre a qualidade de seu jornalismo”. Assim, o algoritmo sugere que veículos como “CNN, The New York Times e NPR” são confiáveis e objetivos no propósito de informar. Em contrapartida, ele rebaixa o conteúdo das chamadas fontes de “direita”.
Conforme o portal cristão Faithwire, normalmente, as pontuações do sistema interno e secreto de classificação dos veículos desempenham um papel secundário na decisão do algoritmo sobre o que aparece na timeline dos usuários. Mas, depois da eleição, Mark Zuckerberg concordou em aumentar o peso que o algoritmo dá às pontuações para garantir que notícias dos veículos selecionados apareçam com mais destaque.
Esse relato foi feito por três pessoas com conhecimento da decisão, que não estavam autorizadas a discutir deliberações internas, e por isso tiveram a identidade preservada. Eles explicaram ainda que essa ferramenta foi desenvolvida ao longo de meses internamente no Facebook, que decidiu tomar partido e dificultar o alcance de veículos de direita, como Breitbart e Occupy Democrats.
Embora supostamente este sistema não tenha sido projetado para ser permanente, Guy Rosen, vice-presidente de integridade do Facebook, afirmou durante uma entrevista coletiva a repórteres na semana passada que a plataforma está rastreando o impacto das mudanças implementadas e usará essas informações para informar futuras decisões.
O jornal The New York Times, que se beneficia da política do Facebook, descreveu a mudança como uma escolha para tornar a rede social “mais calma e menos polêmica”, já que as contestações à narrativa da grande mídia devem perder força. Um ensaio de censura que conta com aprovação de parte da imprensa e profissionais jornalistas, e já foi percebido por conservadores também no Brasil.
Um porta-voz do Facebook disse que “há tensão em praticamente todas as decisões de produto que tomamos e desenvolvemos uma estrutura para toda a empresa chamada ‘Melhores Decisões’ para garantir que tomamos nossas decisões com precisão e que nossos objetivos estão diretamente ligados a entregar o melhor possível experiências para as pessoas”, resumiu.