O crescente envolvimento de supostos pastores evangélicos em crimes de diversas naturezas tem chamado à atenção das autoridades policiais. Recentes prisões desses líderes religiosos estão alertando a polícia e também as denominações evangélicas para esses criminosos, que usam igrejas de diferentes denominações como fachada para cometer crimes.
Segundo o portal iG, o delegado Antônio da Luz Furtado, da 93ª DP em Volta Redonda (RJ), afirma que já perdeu a conta de quantos casos já presenciou de pessoas que usam a religião como artifício para acobertar seus crimes. Nos últimos sete meses, pelo menos três homens que se escondiam atrás da religião foram presos no estado do Rio de Janeiro, acusados de estupro, roubos, receptação e estelionato.
Um das prisões mais recentes destacadas pelo delegado foi a de Edílson Ferreira de Sá, pastor da Igreja Assembleia de Deus do Ministério Casa Família, em Volta Redonda, no Sul Fluminense. Na casa do suposto religioso, foram encontrados R$ 3 milhões em mercadorias roubadas de um estaleiro. Além disso, foi constatado pela polícia que o pastor tem 14 passagens pela polícia por crimes diversos, incluindo roubo, receptação e estelionato.
Também em Volta Redonda, o pastor Reginaldo Sena dos Santos, de 59 anos, conhecido como Ungido, foi condenado a 78 anos de prisão, por abusar sexualmente de 14 meninas. Em seus crimes ele tinha como cumplice a ‘missionária’ Maria de Fátima Costa da Silva, 58 anos, que foi condenada a 16 de prisão.
Entre os casos de maior repercussão está o do pastor Marcos Pereira, líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, que foi condenado a 15 anos de prisão pela 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, acusado de cometer estupro.
– Indivíduos inescrupulosos estudam oratória e até psicologia para ganhar a confiança das vítimas e lesá-las – explica Furtado, que está escrevendo uma cartilha com cuidados para que as pessoas se previnam de serem enganadas por falsos líderes religiosos.
Casos como esses têm alertado também líderes religiosos, que alertam para a necessidade de um maior controle sobre a conduta dos pastores. Entre elas está e teóloga Rute Felipe da Silva, da Faculdade Batista do Rio de Janeiro (Fabat), que defende a criação de um órgão regulador que possa agir, sem interferir nas doutrinas de cada denominação, supervisionando a conduta dos pastores.
O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, também se manifestou sobre o tema, afirmando que “tem muito picareta espalhado por aí usando o nome de Deus para cometer toda a sorte de crimes”.
– A Polícia Federal tinha que entrar nessa história e enquadrar todos os picaretas, vagabundos – afirma Malafaia.
Por Dan Martins, para o Gospel+