A jornada do general Antonio Hamilton Mourão (PRTB) na vice-presidência vem sendo marcada por declarações chamativas e por bombardeios do pastor Marco Feliciano (PODE-SP), deputado federal aliado do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e um crítico de primeira-hora do suplente do Planalto.
Mourão voltou a causar irritação entre aliados do presidente ao criticar uma frase de efeito usada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre o Supremo Tribunal Federal, que diz que bastaria um cabo e um soldado para fechar o STF.
Nas palavras de Mourão durante uma palestra em São Paulo, “não há nada fora da democracia”: “Às vezes, a gente pode ser tentado pela solução fácil… Um cabo e um soldado resolvem o problema. Não resolvem”, disse o vice-presidente.
A crítica direcionada ao filho do presidente que vem sendo cotado para embaixador nos Estados Unidos despertou a fúria de Feliciano: “Mourão mostra todo o seu desprezo pelo presidente e por sua família. Se um vice sequer respeita o filho do presidente, o que mais se pode esperar senão traição, mentiras e conspiração? Em mais de 200 dias Mourão só tagarelou e desdisse o presidente, prejudicando o Brasil”, esbravejou o pastor, de acordo com informações do jornal O Globo.
Posteriormente, questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre as críticas de Feliciano, Mourão desdenhou: “Não respondo a ele. É tudo tão fora do contexto que eu não respondo”.
O embate entre Feliciano e Mourão se alonga há meses, e deverá continuar nos próximos anos. Esse ano, pela primeira vez na história do país, um vice-presidente foi alvo de um pedido de impeachment apresentado por um parlamentar, que resumiu a iniciativa dizendo que tratava-se de um “tiro de alerta”. Antes, o advogado Mariel Marra havia pedido a cassação de Michel Temer (MDB) em dezembro de 2015, que foi negado pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB).