A repercussão da cassação do registro profissional da psicóloga Patrícia de Sousa Teixeira, de Santa Catarina, pode colocar em cheque a atuação dos Conselhos de Psicologia em todo país, uma vez que o caso chamou atenção para o que milhares de psicólogos vêm denunciando há anos, dizendo que estão sendo prejudicados devido ao “aparelhamento ideológico” da autarquia.
Na prática, psicólogos que não compartilham de perspectivas políticas de esquerda e pautas moralmente liberais, como a legalização do aborto, drogas e a promoção da chamada “ideologia de gênero”, se tornam alvos de discriminação ideológica, sendo intimidados e até punidos disciplinarmente.
Este parece ter sido o caso da psicóloga Patrícia Teixeira, que após se manifestar em um vídeo divulgado em 2015, falando contra a ideologia de gênero e em defesa da “família tradicional”, teve seu registro cassado pelo Conselho Regional de Psicologia da 12ª região, em Santa Catarina.
Com base nisso, a psicóloga Marisa Lobo procurou esta semana o deputado federal Marco Feliciano para lhe entregar um “dossiê contra o Conselho de Psicologia”, reunindo casos de ativismo político-ideológico dessa autarquia, a fim de que seja aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar desvios de finalidade em suas diferentes instâncias.
“Em reunião, o deputado prometeu tomar providências, e garantiu que vai pedir uma CPI, audiências públicas para discutir sobre a perseguição política, religiosa e ideológica contra psicólogos que não aceitam serem doutrinados por conselhos e universidades”, escreveu Marisa em sua rede social.
Marisa também disse receber denúncias de alunos de psicologia, acusando professores de ativismo dentro da sala de aula.
“Entreguei também prints com várias denúncias, pedido de ajuda de alunos de psicologia que tem sido oprimidos por professores que igualmente os persegue em sala de aula, impedindo o verdadeiro conhecimento científico”, destacou a psicóloga.
Ativismo ideológico
Evangélica, Patrícia Teixeira comentou sua cassação dizendo que se sente perseguida por seus posicionamentos. Ela falou também do viés ideológico dos responsáveis pelo documento que fundamentou a sua cassação.
“A maioria dos conselheiros são partidários, assim se expõem em suas redes sociais, sendo de esquerda. E também [há] um aparelhamento, já que a chapa do conselho é LGBT, e eles defendem tudo relacionado a essa causa”, disse ela.
“Eu percebo que teve motivação religiosa, apesar que na minha fala não demonstra nada de cunho religioso”, acrescenta.
Assista abaixo o momento em que Marisa Lobo entrega o dossiê a Marco Feliciano, bem como o comprometimento do deputado com a apuração dos fatos: