A sequência de polêmicas midiáticas contra o governo de Jair Bolsonaro provocou a reação até de aliados, como o pastor e deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP), que na última sexta-feira disparou críticas amistosas contra o presidente e dois dos seus filhos, Carlos e Eduardo.
Feliciano chamou atenção do governo Bolsonaro para a necessidade de haver maior diálogo com a bancada evangélica, em especial com políticos preparados intelectualmente para defender a agenda governamental à altura da oposição, que segundo o pastor, é “profissional”.
“Amigos, a esquerda é profissional e me perdoem, somos amadores (sim me incluo pq essa briga começou comigo em 2013 na CDHM) Ou vcs criam um grupo política e intelectualmente preparados ou todos dias irão sangrar”, escreveu Feliciano em sua conta no Twitter.
O puxão de orelha parece ter causado efeito positivo, pois já nesta semana Marco Feliciano foi indicado por Jair Bolsonaro para a vice-liderança do governo no Congresso, junto com outros oito parlamentares, segundo o Congresso em Foco.
Nesta função, Feliciano poderá atuar em defesa das matérias orçamentárias votadas na Comissão Mista de Orçamento, das medidas provisórias e dos vetos presidenciais, que são analisados em sessões conjuntas da Câmara e do Senado.
A nomeação, já publicada no Diário Oficial da União, também inclui os nomes dos deputados Celso Russomanno (PRB-SP), José Rocha (PR-BA), Cláudio Cajado (PP-BA), Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC), Pedro Lupion (DEM-PR), Bia Kicis (PSL-DF), além dos senadores Márcio Bittar (MDB-AC) e Sérgio Petecão (PSD-AC).
Outra reação do governo que pode ter sido reflexo das cobranças da bancada evangélica por mais aproximação, foi a reunião marcada por Bolsonaro com o missionário R. R. Soares esta semana.
O fundador e líder da Igreja Internacional da Graça de Deus é um notável apoiador do presidente, desde à época das eleições, quando declarou abertamente seu voto. Apesar de não ter sido divulgado o conteúdo da reunião, o encontro por si mesmo sinaliza uma preocupação do governo em não perder de vista o apoio dos evangélicos.