A confissão do crime que tirou a vida do pastor Anderson do Carmo teria sido negada pelo filho de Flordelis, Flávio dos Santos, segundo o advogado de defesa do rapaz.
Desde o início das investigações, Flordelis vem enfatizando que não acredita no envolvimento de familiares na morte de seu marido, e chegou a dizer que não acredita que seu filho tenha confessado o crime. Agora, o advogado Anderson Rollemberg, que compõe a equipe que defende Flávio, disse que não existe confissão de seu cliente quanto à participação no assassinato de Anderson.
A versão amplamente difundida pela Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) é que Flávio havia feito a confissão do crime ao ser confrontado com as evidências colhidas pelos investigadores, incluindo as imagens das câmeras de segurança.
Segundo informações do portal Uol, Rollemberg afirmou que seu cliente é “inocente”, embora ainda não tenha recebido acesso ao inquérito.
“Ele não prestou depoimento. Ele não fez confissão nenhuma. Se ela existe, desde já estou dizendo que ela não é idônea. Para o advogado ele negou que tenha feito qualquer confissão [sobre] a participação no crime. Se ele disse que não cometeu o delito, que não tem envolvimento e que não prestou depoimento confessando, eu chego à conclusão que [a confissão] é inidônea. Não é fidedigna para se prestar esclarecimento no processo judicial”, afirmou o advogado.
Inicialmente, Flávio foi preso por conta de um mandado de prisão por violência doméstica verbal contra sua ex-mulher. A Polícia, então, solicitou a prisão temporária pelo envolvimento no assassinato do pastor Anderson do Carmo, pedido que foi aceito pela Justiça do Rio de Janeiro.
“Ele nega completamente a participação. Vou ter que examinar esse depoimento, ver qual foi o teor, em que momento foi colhido, em qual data, se houve advogado. Tem que ver essa situação”, explicou Rollemberg, sugerindo que a defesa de seu cliente está sendo prejudicada pela postura da Polícia até o momento.
Do que se sabe até agora, através das divulgações de imagens feitas pela Polícia Civil, Flávio estava na cena do crime. Um vídeo mostra ele saindo correndo da casa da família às 3h40. No suposto depoimento que ele teria prestado à Polícia, ele teria alegado que saiu em busca de ajuda policial, mas 13 minutos depois ele retorna sozinho.
Às 03h55, um carro leva o pastor Anderson do Carmo a um hospital particular da região, mas ele já estava sem vida.
Além disso, a polícia apreendeu uma arma calibre 9mm, que estava em cima de um armário em um quarto usado por Flávio, e teria sido usada no crime.
Rollemberg revelou que pedirá a anulação do depoimento e afirmou que não pode comentar os detalhes envolvendo os aspectos técnicos da investigação – como os vídeos e a arma – porque ainda não teve acesso ao inquérito. A Polícia Civil do Rio de Janeiro não se manifestou sobre as alegações do advogado.