A comunidade cristã que vive na China tem assistido o aumento da onda de perseguição religiosa que está atingindo várias igrejas do país, promovida pelo regime do Partido Comunista Chinês.
Segundo novas informações da organização internacional Bitter Winter, o governo tem planejado fechar todas as denominações consideradas “clandestinas” dentro de anos anos.
Como exemplo disso, uma série de intervenções por parte das forças policiais tem ocorrido nos últimos meses. Em abril passado, igrejas cristãs localizadas no Distrito Jiang’an, na cidade de Wuhan, província central de Hubei, foram fechadas abruptamente.
O Partido Comunista Chinês utiliza como argumento a acusação de “clandestinidade” dessas igrejas, simplesmente porque elas não fazem parte da organização “Three-Self”, que funciona como uma espécie de registro denominacional controlado pelo governo.
“Assim que nos unirmos à Igreja Three-Self seremos doutrinados e forçados a realizar reuniões e dar sermões de acordo com os desejos do governo”, explicou um pastor local.
O meio usado pelo regime chinês para controlar o avanço do cristianismo no país (assim como de outras religiões) é implantando a “chinicização“, que é justamente a destituição de todos os ensinos externos à ideologia do Partido Comunista, considerados uma ameaça à estabilidade do regime.
O cristianismo, portanto, que prega a valorização das liberdades individuais mediante o livre-arbítrio, a dignidade da pessoa humana e a não adoração a qualquer espécie de regime político ou personalidades, é visto como uma ameaça.
A igreja de Jinyuan Plaza também foi invadida por cerca de 20 agentes do governo. Eles confiscaram bens, doações, bíblias e outros pertences da comunidade, seguindo o mesmo padrão autoritário observado desde o ano passado, quando a Igreja Rongguili, em Guangzhou, também foi invadida em dezembro.
“No meio da aula bíblica das crianças ouvimos os passos de dezenas de policiais subindo as escadas”, disse um membro local que não se identificou por razões de segurança, segundo o portal Sputnik.
“Eles [os policiais] leram os direitos legais e declararam que o nosso local sediava uma reunião ilegal [que envolvia] publicações ilegais e arrecadação ilegal de fundos e confiscaram todas as Bíblias”, disse a fonte.
Assim, sob acusações de “clandestinidade”, as igrejas cristãs na China vão se esforçando para resistir ao que muitos já consideram a maior onda de perseguição religiosa das últimas décadas no país continental.