A passagem do tufão Haiyan pelas Filipinas causou destruições catastróficas a diversas cidades do país e deixou aproximadamente 5 mil mortos. Ainda há temor de que o número de vítimas fatais chegue a 10 mil, segundo a Organização das Nações Unidas.
Edificações e infraestruturas urbanas foram completamente comprometidas em muitos lugares, dificultando as ações de resgate e assistência humanitária. No entanto, uma escultura alusiva a Jesus Cristo, muito semelhante ao Cristo Redentor, do Rio de Janeiro, resistiu à força do Haiyan e manteve-se intacta, atraindo a atenção da mídia internacional.
De acordo com o Christian Post, muitos filipinos tem visto a preservação da estátua como uma fonte de inspiração e esperança para enfrentar a calamidade do desastre natural, que atingiu de alguma forma aproximadamente 25 milhões de pessoas.
“Estamos testemunhando a devastação completa de uma cidade. Em Tacloban, tudo está destruído. Corpos como lixo na rua, muitos dos quais são crianças. Pelo que eu vi, dois em cada cinco corpos era o de uma criança”, afirmou Lynette Lim, membro da Save the Children. “As crianças são particularmente vulneráveis em desastres. Tememos por quantas crianças foram lavados em inundações, esmagadas sob prédios que caíram e feridos por estilhaços. Muitas estão separadas de suas famílias em meio à devastação, e todos estão precisando desesperadamente de comida, água e abrigo”, acrescentou a voluntária em entrevista à Agência France Press.
Missionários no país também relataram seus testemunhos de sobrevivência ao violento tufão. A brasileira Lídia Caetano de Souza, de 63 anos, enviada pela Assembleia de Deus, contou à BBC que escapou da morte por muito pouco.
A casa em que vivia desabou parcialmente após ser invadida pela enchente, que chegou a sete metros de altura: “Quando a água começou a subir, escapamos pelo buraco do ar condicionado. Amarramos cortinas e lençóis para improvisar uma corda e com ela atravessamos a correnteza do quintal até a construção vizinha, que era de dois andares. Conseguimos ajudar quatro pessoas a atravessar, mas uma delas se afogou e acabou morrendo. Ficamos abrigados lá no alto até a água baixar”, testemunhou.
Um casal de missionários norte-americanos que sobreviveu ao tufão disse que a experiência foi semelhante à situação que passaram na ocasião do furacão Katrina, que assolou os Estados Unidos anos atrás.
“Os ventos foram mais fortes do que o Katrina. No norte da nossa ilha aqui, há muita destruição e danos, e a ilha está quase em colapso total”, afirmaram Doug e Diane Lee, que vivem em Negros, e trabalham com música e lecionam inglês numa escola bíblica da ilha, além de oferecerem suporte a mais de 80 igrejas no país.
Ajuda
Os sobreviventes à tragédia têm necessidade de água potável, alimentos, material sanitário e medicamentos. Instituições internacionais estimam que o valor necessário para a ajuda humanitária emergencial seja de US$ 301 milhões. A reconstrução do país deverá custar bilhões de dólares e levar anos.
Diversas ONGs estão se mobilizando para prestar assistência aos filipinos, e recrutando voluntários que, mesmo sem experiência, tenham disposição para trabalhar.
É possível ajudar voluntariando-se ou mesmo através de doações em dinheiro para as entidades que estão engajadas na situação, como a organização Médico Sem Fronteiras, que está enviando 200 toneladas de medicamentos para o país. Para saber como colaborar, acesse este link.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+