Alguns anos atrás, quando falávamos de filmes cristãos, uma lista não muito longa vinha em nossa memória. As produtoras geralmente eram exclusivamente evangélicas e raramente a população cristã tinha a oportunidade de sair de casa para ir ao cinema assistir uma superprodução que tinha como objetivo principal falar de Jesus Cristo ou temas da Bíblia.
Os filmes eram geralmente assistidos dentro dos templos, ou em casa, através de materiais alugados na sessão de “religiosos” das locadoras. Algumas igrejas providenciavam a própria filmoteca, com títulos didáticos e outros mais abrangentes, mas, ainda assim, deixando para os membros uma lista de obras bem mais restritas se comparadas aos dias atuais.
Este cenário vem mudando radicalmente nos últimos anos. Felizmente, graças ao investimento do público e de alguns produtores cristãos, que resolveram contribuir para que a temática religiosa não fosse mais encarada como algo restrito ao público, dito, “religioso”.
Talvez, a produção que iniciou uma nova era dos filmes cristãos em Hollywood foi “A Paixão de Cristo”, do ator e produtor Mel Gibson, lançada em 2004. O filme alcançou a marca de U$ 600 milhões de dólares, sendo até hoje a produção de maior bilheteria na história do segmento.
Em 2006, o filme “Desafiando Gigantes” seguiu a mesma tendência, seguido por “À Prova de Fogo”, lançado em 2008 e depois “Corajosos”, de 2011. O filme “Deus Não Está morto” (2014) atingiu U$ 64,7 milhões, seguido de “Quarto de Guerra”, no ano seguinte, com a marca de U$ 73,7 milhões, ambos superando títulos considerados mais populares.
Os títulos citados anteriormente são apenas alguns exemplos de uma tendência que vem se revelando no cinema americano, que é o gosto pela temática cristã. O leitor certamente deve se lembrar de outras produções marcantes que ilustram muito bem essa temática, que alcança um público cada vez mais diverso.
Os dois últimos lançamentos do gênero, os filmes “Eu só Posso Imaginar” e “Paulo, o Apóstolo de Cristo“, comprovam essa tendência. O primeiro, lançado no último final de semana, foi o terceiro de maior bilheteria nos EUA. Com apenas duas semanas de estreia, ele cumula U$ 38,1 milhões.
O portal G1, do Grupo Globo, noticiou o sucesso das superproduções cristãs como algo “lucrativo”. Na verdade, parece que a população está mais interessada em conteúdos carregados de bons valores e são capazes de ensinar lições de vida. Nos Estados Unidos em especial, talvez a “onda conservadora” da era Donald Trump esteja contribuindo para isso, onde os filmes estão ajudando a resgatar o que parte da cultura norte-americana perdeu nas últimas décadas.
Em todo caso, o fato é que o sucesso dos filmes cristãos e sua presença lado-a-lado das grandes bilheterias do cinema mundial está chamando atenção da grande mídia. Sem dúvida essa é uma excelente maneira de promover os valores cristãos e a fé em Jesus Cristo.