Tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar entre 23h00 e 06h00 são duas das medidas impostas pela Justiça à deputada federal Flordelis (PSD-RJ), acusada pelo Ministério Público de ser a mandante do crime que tirou a vida de seu marido, pastor Anderson do Carmo, há um ano e três meses.
A decisão foi tomada pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói (RJ), a pedido do Ministério Público. A Secretaria de Administração Penitenciária do RJ (SEAP) foi notificada para que providencie a instalação da tornozeleira eletrônica urgentemente.
Essa iniciativa do MP contra Flordelis é uma repercussão da bomba que explodiu em frente à casa de uma testemunha que depôs contra a deputada. O gesto, atribuído por Regiane Ramos à família da parlamentar como um gesto de intimidação, resultou em uma medida cautelar da Justiça.
Regiane Ramos é amiga de Lucas César dos Santos, um dos filhos de Flordelis que admitiu ter providenciado a arma usada para matar o pastor Anderson do Carmo. Ela é dona de uma oficina onde o rapaz trabalhava antes do crime e consta no inquérito policial como testemunha por reiterar a história que ele contou aos policiais sobre uma mensagem recebida por WhatApp com o plano para tirar a vida do pai adotivo.
De acordo com informações do Jornal Nacional, a defesa de Flordelis informou que recorrerá da decisão que impôs o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar, por considera-la “equivocada” e se valer de “argumentos sem sentido”. A nota diz ainda “que a presunção de inocência tem sido deixada de lado no caso”.
Enquanto isso, o processo de cassação do mandato de Flordelis já está em andamento na Câmara dos Deputados. No último dia 16 de setembro, a deputada entregou sua defesa por escrito à Corregedoria da Casa, como parte dos trâmites para tentar evitar a perda do mandato por quebra de decoro parlamentar.