Um ato que vem sendo tratado por parte da imprensa e das autoridades como um gesto de ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) com fogos de artifício, teria sido, na verdade o encerramento de um culto na Praça dos Três Poderes, de acordo com um deputado federal.
Daniel Silveira, (PSL-RJ), integrado à base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o ato realizado no último sábado, 13 de junho, com fogos de artifício, era um culto evangélico e não um ataque à Corte. Parte das pessoas que participaram da reunião gritaram palavras de ordem contra os ministros do STF.
“Acabei descobrindo a verdade sobre os fogos de artifício aqui em Brasília, em frente ao STF. Não tem nada a ver com ataque. Eu tava um pouco incomodado com isso, tava em casa, falei com os meus amigos e eles falaram: ‘Olha, o negócio dos fogos de artifício não foi nada de ataque’. Aconteceu um culto. O culto, na verdade, foi um culto diferente. E, ao final, tivemos fogos de artifício. Contudo, algumas pessoas gritam: ‘Fora STF’, não sei o quê. São atos isolados que não representam todas as opiniões”, declarou o parlamentar.
De acordo com informações do jornal O Globo, Silveira colheu o depoimento de uma mulher que disse ter participado do culto e relatou que, no momento do foguetório, estava de olhos fechados orando e que não compreendeu o gesto como um ataque ao STF.
Após esse relato, o deputado Daniel Silveira acrescenta que a narrativa de um ataque ao tribunal com fogos de artifício é fruto de uma narrativa criada pela imprensa.
O parlamentar acrescenta ainda que o ângulo de filmagem dos fogos sugeriria que eles foram soltados na direção do prédio, mas que isso não teria acontecido na realidade. No vídeo de Silveira, uma das pessoas ouvidas protesta pedindo o impeachment de ministros do STF, e ele responde dizendo que “o STF tem que se colocar no lugar dele” porque “é garantidor da Constituição, mas antes é empregado público”.
Sara Winter
A prisão de Sara Winter continua repercutindo após o desmonte do acampamento “300 do Brasil”. A defesa da manifestante alega que ela está sofrendo uma “prisão política”.
Acusada de ter participado do ato com fogos de artifício, Sara Winter negou em depoimento prestado à Polícia Federal. A respeito de outra a manifestação realizada em 30 de maio, quando pessoas caminharam em direção à sede do STF com tochas, ela alegou ter sido um protesto pacífico e baseado numa passagem bíblica.
O relatório do depoimento destaca que Sara alegou que “realizou o ato das tochas há duas semanas, mas ato pacífico, sem depredação do patrimônio público, com Corpo de Bombeiros e extintores, que inclusive pediram permissão à Polícia Militar para acender a tocha; que o ato foi baseado na passagem da Bíblia, no Livro de Juízes, capítulo 7, versículo 16, e foi um ato político e religioso”.
De acordo com informações do jornal Extra, Sara Winter está presa por cinco dias temporariamente, sob ordem do ministro Alexandre de Moraes, após o procurador-geral da República, Augusto Aras, realizar o pedido.
Aras afirmou que os pedidos de prisão foram apresentados por terem sido encontrados indícios de que os alvos estavam captando recursos financeiros para cometer crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.
A advogada de Sara Winter disse, logo após sair da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, que irá tentar a liberdade da manifestante: “Sabemos que isso foi uma prisão política. A princípio, são cinco dias de prisão preventiva, mas nós, como defesa, estamos entrando com habeas corpus”.