A Rede Internacional de Televisão (RIT TV), comandada pelo missionário R. R. Soares, está sendo acusada de manter condições de trabalho insalubres para seus funcionários.
A acusação foi feita por funcionários da RIT TV ao jornalista Ricardo Feltrin, especializado em televisão. A preocupação dos funcionários é relacionada à pandemia, pois eles entendem que o espaço que a emissora dispõe em sua sede é inadequado.
“Preocupados, os funcionários afirmam que há muita aglomeração no local – inclusive com pessoas com comorbidades, idade elevada e outras características. Eles dizem que todos trabalham num mesmo lugar com janelas fechadas e ar-condicionado”, escreveu Feltrin em sua coluna no Bol.
“O temor dos denunciantes (anônimos, pois temem represálias) é de contaminarem pela Covid-19, por exemplo. Eles enviaram fotos à coluna e aos fiscais do MTB [sic], que fizeram uma visita à TV semanas atrás”, acrescentou o jornalista.
MTB é uma sigla que era usada para se referir ao Ministério do Trabalho, que foi extinto, com sua estrutura sendo remanejada para a Secretaria de Trabalho, que está estabelecida no escopo do Ministério da Economia.
Versões
A RIT TV, que prioritariamente transmite conteúdos da Igreja Internacional da Graça de Deus, negou as acusações de insalubridade, afirmando que não há pessoas com comorbidades entre seus funcionários, e que exige o uso de máscara e disponibiliza álcool em gel e produtos de limpeza.
O diretor da RIT TV, Kalled Adib, confirmou que fiscais do Trabalho visitaram o local, mas que a emissora não foi autuada e que nada fora dos parâmetros necessários foi encontrado.
No entanto, segundo Feltrin, os funcionários rebateram essa versão dizendo que os técnicos trabalhistas encontraram “vários problemas e que, após a visita dos fiscais, a emissora começou a fazer mudanças”.
“A direção da RIT convidou este colunista a visitar as dependências da emissora, mas o convite foi declinado, obviamente: o signatário não foi nem sequer vacinado pela primeira vez e não visitará nenhuma empresa enquanto houver pandemia de coronavírus”, escreveu Feltrin.
O jornalista acrescentou ainda que os funcionários estariam vivenciando uma “caça” interna para tentar descobrir quem fez as denúncias, acusação negada por Kalled Adib.
“Eu nunca faria uma coisa dessa com ninguém. Muito pelo contrário: acho que as denúncias devem ser feitas quando procedem. Essa não é minha maneira de fazer gestão. [Feltrin] Sabe do meu comportamento com funcionários e não é de hoje [Kalled trabalhou por 13 anos na RedeTV]. Óbvio que isso se trata de uma intriga que não tem cabimento, [assim] como as denúncias”, defendeu-se o diretor da RIT TV.
Em 2018, um pequeno acidente nos estúdios da emissora deixou feridos leves, e o caso foi igualmente reportado a Ricardo Feltrin, que relatou que parte do cenário havia caído e deixado uma funcionária presa, causando apreensão na equipe.