A venda de “bonecas trans” em Ciudad del Este, no Paraguai, foi alvo de uma operação da prefeitura municipal que apreendeu os itens, impedindo a comercialização do material. A cidade faz fronteira com o Brasil e recebe milhões de turistas brasileiros e argentinos para compras.
O caso foi registrado na última terça-feira, 09 de janeiro, quando “cidadãos indignados” fizeram denúncias à prefeitura a respeito da comercialização das bonecas com aparência feminina, mas com pênis no lugar da vagina, explicou o advogado Cristian Cabral.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, a reação da prefeita de Ciudad del Este foi imediata: “Enquanto eu for prefeita, este tipo de artigo não será vendido. Essa comunidade é pró-vida, pró-família”, afirmou Sandra Zacarías, que determinou a apreensão das bonecas e o fechamento das lojas que as estavam vendendo.
O advogado Cabral, representante da prefeitura local, afirmou que as medidas adotadas buscam “resgatar e proteger os valores familiares e os direitos das meninas, que poderiam ser afetados de maneira negativa”.
Esther Bazan, dona de uma das lojas que vendiam o produto, disse que as bonecas vieram da China e que turistas do Brasil e da Argentina as acharam engraçadas, enquanto outros clientes ficaram ofendidos. Pelas imagens é possível notar que elas continham instruções em português, o que evidencia que os fabricantes tinham intenção de vendê-las no Brasil.
Ideologia de gênero
A ideologia de gênero é um assunto rejeitado no Paraguai, um país amplamente cristão, com 96,9% da população professando a fé em Jesus Cristo. Destes, 89,6% são católicos, 6,2% de evangélicos menonitas e 1,1% de outras denominações.
Em 2017, o país rejeitou a utilização de materiais educacionais sobre a ideologia de gênero nas escolas, e o ministro da Educação afirmou que colocaria “a mão na massa” para queimar os livros que abordavam o assunto: “Não vamos promover a ideologia de gênero. Vamos nos basear no que está expresso na Constituição, que diz que um casamento é entre um homem e uma mulher”, pontuou o ministro Enrique Riera.