Andrew Cuomo, membro do Partido Democrata e governador do estado de Nova York, renunciou ao cargo após acusações de assédio sexual contra diversas mulheres e críticas contra sua gestão na pandemia.
Exercendo seu terceiro mandato como governador, Andrew Cuomo anunciou, na última terça-feira, 10 de agosto, que vai renunciar ao cargo .
Ele agendou a data da sua renúncia para daqui a duas semanas e fez o anúncio como forma de interromper um processo de impeachment contra ele.
“Nós, os investigadores nomeados para conduzir uma investigação de alegações de assédio sexual pelo governador Andrew M. Cuomo, concluímos que o governador se envolveu em conduta que constitui assédio sexual sob a lei federal e do estado de Nova York”, declarou o Resumo Executivo do relatório da investigação.
“Especificamente, descobrimos que o governador assediou sexualmente uma série de funcionárias atuais e ex-funcionárias do estado de Nova York, entre outras coisas, envolvendo-se em toques indesejados e não consensuais, bem como fazendo vários comentários ofensivos de natureza sugestiva e sexual que criaram uma hostilidade no ambiente de trabalho para mulheres”, acrescenta o documento, de acordo com o The Christian Post.
A conta chega
Ao longo de 2020, Andrew Cuomo não desperdiçou oportunidades para demonstrar seu desprezo pelos cristãos do país.
Em abril de 2020, ele se apressou para dizer que havia controlado a pandemia do novo coronavírus, e que o mérito era das pessoas, e não de Deus.
Cuomo, que se diz católico, disse numa entrevista que a queda no número de novos casos ocorreu “porque reduzimos o número” através do lockdown, e acrescentou: “Deus não fez isso. A fé não fez isso. O destino não fez isso. Muita dor e sofrimento fizeram isso”, alardeou.
Na ocasião, o pastor Franklin Graham repreendeu Cuomo publicamente, recomendando cautela: “Sempre devemos ter cuidado com o que devemos receber. Sim, devemos ser cautelosos e combater a disseminação, mas não se engane – Deus pode nos ajudar. Seu poder é tão infinito quanto Seu amor”.
Semanas depois, Andrew Cuomo mostrou sua faceta vingativa, ao cobrar impostos da entidade dirigida por Franklin Graham, a Samaritan’s Purse, que montou um hospital de campanha no Central Park para atender, gratuitamente, pacientes de covid-19 que precisavam de cuidados médicos e até internação.
O hospital de campanha da entidade cristã tratou 315 pessoas, mas para o governador Andrew Cuomo, a Samaritan’s Purse deveria pagar os impostos estaduais por prestar atendimento: “Não estamos em condições de fornecer subsídios no momento, porque temos um déficit de US$ 13 bilhões”, desdenhou.
O pastor, então, evitou responder diretamente ao governador e comentou que apenas atendeu ao chamado dos responsáveis pelo Hospital Mount Sinai, para quem prestaram assistência.
“Foram eles quem nos chamaram originalmente. Nós não ligamos para eles; eles nos ligaram. E concordamos em ir e não lhes cobramos um centavo. Todos os nossos serviços foram pagos pelo povo de Deus”, afirmou o filho de Billy Graham.
Morte de idosos
A renúncia do governador de Nova York vem na esteira de questionamentos sobre a ocultação dos casos de morte de idosos em casas de repouso por covid-19. Cuomo foi um dos mais radicais defensores do lockdown, mas teria atuado para impedir que as mortes de idosos, que já estavam isolados, fossem noticiadas.
“A ex-assessora dele confirmou que eles esconderam o número de idosos mortos em algumas casas de idosos, exatamente porque na época era ainda o presidente Donald Trump e isso causaria um rebuliço político. Ele [Andrew Cuomo] já foi considerado pelos democratas como um possível nome para substituir Joe Biden, escreveu um livro ano passado chamado ‘A liderança dentro da covid’, e no entanto, nada disso foi investigado. Mais de 10 mil idosos morreram em casas de idosos de Nova York”, comentou Ana Paula Henkel, na rádio Jovem Pan.
O esforço do governador em ocultar os casos que depunham contra sua estratégia de lockdown, porém, está caindo por terra: “Isso tudo está vindo à tona. A investigação começou exatamente por uma procuradora democrata […] O Partido Democrata continua a hipocrisia de apontar o dedo e varrer a sujeira para debaixo do tapete”.