O governo camaronês decidiu fechar 50 igrejas evangélicas pentecostais a fim de coibir o que classificou como “práticas criminosas”.
A determinação partiu do presidente do país, Paul Biya, após a morte de uma criança de 9 anos de idade durante uma sessão de exorcismo de um culto pentecostal, no último domingo, 18 de agosto.
Entre os motivos alegados pelo governo de Camarões, estão as promessas de “falsos milagres”, como cura e libertação feitas pelos pastores.
Em entrevista à rede de TV CNN, Mbu Anthony Lang, um funcionário de alto escalão do governo, afirmou que outros 50 templos devem ser fechados em breve, e que atualmente, apenas 10% das 500 igrejas evangélicas do país funcionam de forma legalizada.
“Vamos nos livrar de todos os pastores cristãos pentecostais que fazem mal uso do nome de Jesus Cristo, prometendo falsos milagres e matando cidadãos em suas igrejas”, afirmou Lang.
O Camarões é um país majoritariamente cristão, com aproximadamente 54% dos 20 milhões de habitantes sendo adepto de alguma denominação cristã. Os pentecostais são minoria no país, e somam 800 mil fiéis.
A Constituição do Camarões estabelece o Estado laico e preserva a liberdade de crença e culto. “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião […] Este direito inclui a liberdade de mudar de religião e liberdade de crença, seja individualmente, em comunidade, em público ou privado, de também manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos”, diz a carta magna do país.
No entanto, as ações do governo são vistas como repressivas por parte de algumas lideranças cristãs do país: “[O governo] autoriza só as igrejas Católica, Presbiteriana, Batista, mesquitas muçulmanas e algumas outras igrejas”, afirmou o bispo Bonifácio Tum, da Igreja Camaronesa de Deus.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+