A jornalista Natuza Nery, comentarista de política da emissora GloboNews, fez algumas observações sobre a relação do governo Lula com os evangélicos no Brasil, dizendo acreditar que a atual gestão erra por não compreender o “sentimento” desse segmento religioso.
O comentário da comunicadora se dá em um contexto de esforço por parte do Planalto, no sentido de querer conquistar o apoio da comunidade evangélica, vista como fundamental para as eleições no país.
No entanto, com uma declaração recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o Estado de Israel, comparando a resposta militar do país ao holocausto nazista praticado por Adolf Hitler, essa aproximação com os evangélicos se tornou mais difícil.
Para Natuza, contudo, o sentimento dos evangélicos diante das pautas conservadoras e históricas, como a própria relação com Israel, precisa ser compreendido e respeitado pelo governo, já que faz parte da real maioria da população brasileira, que é cristã.
“O evangélico não pode ser tratado como um eleitor diferente da média do eleitor brasileiro”, diz a jornalista. “No passado, muitos líderes evangélicos que estavam com Bolsonaro, estiveram com Lula. Então, o problema não é a agenda de esquerda”, argumenta.
“Ao que parece [o governo] segue errando [com os evangélicos], porque segue com uma fórmula antiga. Se você perguntar, por exemplo, para lideranças petistas como um todo, eles vão se dividir”, continua Natuza, explicando que o eleitor evangélico não pode ser tratado como “um produto a ser conquistado”.
PEC de impostos
No contexto do seu comentário, Natuza Nery foi questionada se o governo acerta ou não ao apoiar um Projeto de Lei que visa ampliar a imunidade tributária das igrejas. A jornalista, contudo, lembrou que não serão apenas as denominações evangélicas beneficiadas com a medida, mas todos os segmentos religiosos.
Para alguns governistas, segundo a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, a possível aprovação da PEC servirá como um aceno do governo para as lideranças evangélicas. Assista:
"O evangélico não pode ser tratado como um eleitor diferente da média do eleitor brasileiro", diz @NatuzaNery.
— GloboNews (@GloboNews) February 27, 2024
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