A liberdade religiosa é uma conquista fruto de valores como a liberdade de pensamento e expressão, conceitos que sustentam grandes democracias, como a brasileira, e são pilares na maioria dos países do mundo. Todavia, segundo uma nova pesquisa, restrições contra a religião aumentaram nos últimos anos, o que vai de encontro a esses princípios.
O Pew Research Center desde 2007 faz um levantamento anual sobre os níveis de tolerância religiosa nos diferentes países do planeta, e os dados revelados desde então apontam que a intolerância religiosa vem aumentando gradualmente, sendo o cristianismo, islamismo e o judaísmo às três religiões mais afetadas.
Em novembro passado a organização divulgou os dados analisados em 2018, apontando que o Índice de Restrições do Governo, um parâmetro que mede a reação dos governos nos diferentes países, aumentou para 2,9 pontos em comparação com 2,8 no ano anterior.
Para se ter uma noção do avanço, em 2007 esse índice marcava 1,8 ponto. Cada ponto é crucial, pois indica mudanças radicais no cenário da tolerância religiosa global, tais como medidas de restrição a cultos e práticas religiosas ao ar livre, liberdade de expressão e publicação de conteúdos.
China, Índia, Egito, Indonésia, Paquistão e Rússia registraram os índices mais altos no tocante às restrições governamentais sobre a religião. Dos 198 países analisados, os cristãos sofrem mais com o autoritarismo, concentrado mais em 145 nações. Em segundo lugar vem o islamismo, em 139.
Em terceiro lugar surge o judaísmo, que apesar de ser praticado por apenas 0,2% da população mundial, é uma das três religiões que mais sofrem com o aumento do autoritarismo nos países analisados.
Em contrapartida, ateus e agnósticos foram os grupos que apresentaram menor assédio, segundo a pesquisa. Para a organização Portas Abertas, o cenário é de preocupação:
“A cada ano, a perseguição aos cristãos se intensifica no âmbito global. O número de cristãos com medo de ir à igreja ou que já não têm uma igreja aonde ir tem aumentado, bem como daqueles que têm de escolher entre permanecer fiel a Deus ou manter seus filhos seguros”, diz a entidade. Com informações: Guiame.