Os fiéis da controversa denominação Igreja Pentecostal Geração de Jesus Cristo, no Rio de Janeiro, se envolveram numa briga generalizada com agentes da Guarda Municipal da capital fluminense. O confronto terminou com 12 feridos.
A confusão foi registrada na madrugada da última quinta-feira, 26 de abril, quando os fiéis caminhavam por Ipanema e foram abordados pelos guardas municipais, sob a acusação de terem feito pichações. Os fiéis negam e afirmam que o grupo havia acabado de sair do culto.
Segundo informações do jornal O Dia, os evangélicos foram levados à 12ª DP (Copacabana), onde a confusão começou. O estopim do confronto teria sido uma provocação feita por um dos guardas, que teria zombado dos fiéis quando estes começaram a cantar enquanto aguardavam o registro do Boletim de Ocorrência.
“Fomos num comboio de carros. Éramos uma 50 pessoas. Os guardas nos abordaram porque estávamos de preto, nos acusaram de pichar monumentos e nos levaram para a delegacia”, afirmou Daiana Lores, 21 anos, filha do líder da denominação, pastor Tupirani da Hora Lores.
“Um guarda com nome de Bispo começou a incitar os outros, nos chamou de baderneiros e começaram a nos bater. Todo mundo foi agredido. Foi uma covardia porque vieram por trás e a gente pedia calma”, relembrou Daiana.
No meio da confusão, doze pessoas ficaram feridas e foram levadas ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Um deles, identificado como Jorge Alves de Souza, de 60 anos, está internado em estado grave.
A Guarda Municipal disse que está apurando a ação em Copacabana, pois a postura dos guardas flagrada no vídeo que circula nos aplicativos de troca de mensagens, como o WhatsApp, “não condiz de forma alguma com os preceitos, orientação e os procedimentos operacionais da instituição”.
Em nota, a instituição reiterou que o grupo de evangélicos foi flagrado pichando o Parque Garota de Ipanema, e um deles, identificado como Diego Luiz Ribeiro de Figueiredo foi autuado em crime ambiental na 12ª DP.
Pichação
O pastor Tupirani admitiu que os fiéis da denominação fazem pichações anunciando a visão da igreja, mas que naquela noite, não houve nenhuma ação nesse sentido: “Existem inscrições antigas lá. De hoje não. O motivo todo se deu em torno de hoje. Essas coisas são bem antigas, e realmente houve uma equipe que passou por lá há uns 15 dias. Essa equipe é da nossa igreja. Mas as inscrições, segundo eu sei, foram inscrições feitas no chão”, afirmou, em entrevista ao Bom Dia RJ, da TV Globo.
Essa não é a primeira vez que o grupo de fiéis se envolve em confusão. As pichações que surgem com frequência em pontos turísticos do Rio de Janeiro dizem “Bíblia sim, Constituição não. Jesus voltará em 2070”.
Áreas como o calçadão do Largo da Carioca, saída do metrô Uruguai, passarela do Maracanã, Museu da República, Catete, Parque Garota de Ipanema e outros pontos, assim como nas regiões Serrana e dos Lagos, têm sido vandalizadas com as pichações.
Em 2017, a Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo já havia atraído holofotes da mídia, quando os fiéis organizaram uma passeata em protesto aos muçulmanos, referindo-se a eles como “assassinos”, “pedófilos” e “terroristas”. Na ocasião, formadores de opinião acusaram o líder da denominação, pastor Tupirani da Hora Lores, de promover intolerância religiosa, e ele terminou preso.