Na última quarta feira (14), o pedreiro Hugo Neves Ferreira, de 45 anos, foi espancado até a morte por moradores do bairro Jardim Aero Rancho, localizado na zona sul de Campo Grande (MS). Ferreira foi agredido após ser, supostamente, confundido com um estuprador.
Segundo o Aquidauana News, Ferreira tinha duas filhas, de 8 e 12 anos, e estava a pouco tempo frequentando uma igreja evangélica no bairro, onde tentava se converter. O velório do pedreiro foi realizado no templo da igreja que ele frequentava, onde parentes e amigos se diziam indignados com a barbaridade.
– Meu filho morava nos fundos da minha casa, era casado há 14 anos e jamais fez esse tipo de coisa. O único problema que ele possuía era com o álcool. No dia dos fatos, ele tinha brigado com a esposa e pulou do muro para sair de casa, já que ela trancou o portão e não o deixou ir embora – relatou o pai da vítima, Bruno de Oliveira Ferreira, de 66 anos.
O pai da vítima conta que Hugo havia discutido com a esposa no dia do incidente, devido a uma bebedeira, e que ao pular o muro da casa sua bermuda e sua cueca ficaram enroscada em uma grade de ferro, deixando-o nu da cintura para baixo.
– Assim que falei para acabarem com a discussão, eles ficaram em silêncio. Mas foi o instante em que meu filho pulou o muro e enganchou o short, inclusive ferindo a virilha neste momento – relatou.
Ao sair pela rua sem parte de suas roupas, o homem foi abordado por um grupo de pessoas na esquina, que teriam o confundido com um estuprador. Ele foi então espancado violentamente, e acabou com graves ferimentos na cabeça, tórax e outras partes do corpo. Levado para o hospital gravemente ferido, ele morreu no dia seguinte no hospital.
– Foi muita maldade o que fizeram com ele, nós queremos Justiça. Ele estava voltando a frequentar a igreja, embora a bebida o atrapalhasse um pouco. Mas jamais cometeu o crime que está sendo acusado. E o fato dele estar nu também não é motivo para ele ser morto desta maneira – lamentou Bruno Ferreira.
Alberto Pinto de Souza, de 34 anos, que era colega da igreja e vizinho do bairro há cinco anos, também comentou o caso e garante conhecer a personalidade de Hugo.
– Ele estava prestes a se tornar diácono e seu único problema era tomar pinga. E vivia tranquilo, sem ter problema algum no bairro – finaliza Souza.