Diversos conflitos de natureza familiar, social e também biológica afetaram a vida de Ricardo Hernandez. Ainda no ensino médio, o jovem relata que sofria muito bullying. Ele nasceu com pan-hipopituitarismo, uma deficiência na produção de hormônios da glândula pituitária, causando atraso em seu desenvolvimento físico e cognitivo, prejudicando ainda mais suas relações sociais e autoconfiança.
Os episódios mais traumáticos na vida de Ricardo, no entanto, foram às sequências de abusos sexuais que ele sofreu, provocados pelos próprios parentes. O primeiro agressor foi o seu primo, após ter se formado no ensino médio. Ricardo disse que a partir de então se tornou homossexual, repetindo os mesmos padrões de comportamento que via em outros.
“Eu estava muito suscetível, muito deprimido, sem autoestima”, disse ele, relatando que além do primo, também foi abusado sexualmente pelo próprio irmão. “Eu também fui abusado pelo meu irmão mais velho. Ele era homofóbico, mas mesmo assim fez isso”, contou.
Aos 21 anos, apesar de ter uma mentalidade de um adolescente de 13, Ricardo assumiu um relacionamento homossexual com um amigo, sendo expulso de casa. Morando com um cunhado em Los Angeles (EUA), Ricardo também conheceu as drogas, se afundando na depressão logo em seguida.
A mãe de Ricardo faleceu em 2012, agravando seu estado depressivo. Ele ficou sabendo que o primo havia tentado se matar e que a família, por isso, estava lhe dando apoio. Isso fez com que Ricardo pensasse em fazer a mesma coisa: tirar a própria vida.
Passaram três anos de profunda angústia e luta consigo mesmo, até que em 2015 uma velha amiga, que era homossexual, bateu em sua porta com uma Bíblia na mão. Ela disse o quanto Jesus Cristo havia mudado sua vida, impactando a vida de Ricardo que, até o momento, não conhecia o evangelho. “Eu disse que poderia ir à igreja dela e ler a Bíblia dela, mas ninguém poderia me mudar”, disse ele, relutante quanto à possibilidade de transformação.
Conversão do homossexual que se rendeu a transformação de Jesus Cristo
Ricardo já conhecia o evangelho, mas não havia se deixado quebrantar. A quantidade de mágoas e traumas em seu coração dificultaram o desenvolvimento da fé em um Deus que estava disposto a lhe abraçar e amar independentemente da sua condição. Isso mudou quando veio o Dia das Mães.
O jovem homossexual ainda estava em depressão e não suportou a lembrança da sua mãe, já falecida. Decidido pelo suicídio, ele resolveu entrar no banheiro e fazer uma última oração a Deus, para que tirasse a sua vida:
“Deus, se você é real — porque eu vi que você transformou minha melhor amiga — eu peço que você acabe com a minha vida, porque eu sou um covarde. Eu vou ser um empecilho para a minha família. Se você estiver disposto, acabe com a minha vida. Eu não peço a sua alegria, paz ou amor. Tudo o que peço é apenas que você acabe com a minha vida”, disse ele na ocasião.
Três dias depois da sua oração, Ricardo teve um sonho com a sua mãe e com a voz de Deus, que lhe disse: “Eu tenho planos para você prosperar e não para te prejudicar. Eu não vim para te condenar, mas para te dar a vida”.
“Eu era uma nova criatura. Eu costumava ter ansiedade e ataques de pânico depois da morte da minha mãe, mas não tinha mais. Eu não era mais viciado em drogas”, disse ele, referindo ao momento em que decidiu entregar a sua vida a Jesus Cristo após saber que Deus o amava, independentemente da sua condição.
Após isso, Ricardo amadureceu sua fé, chegou a reencontrar o irmão que havia lhe abusado sexualmente e conseguiu lhe perdoar. Atualmente o jovem vive na Califórnia e congrega na Igreja Casa do Oleiro, sendo membro de um ministério de evangelismo. Contando sobre o seu dia-a-dia como motorista do UBER, ele disse que falar de Deus é sempre uma oportunidade valiosa:
“Eu vejo pessoas chorando no banco de trás do meu carro. Eu vejo pessoas voltando para suas igrejas. Toda vez que eu estou no Uber, eu tento evangelizar o máximo que posso e encorajar as pessoas”, disse ele, segundo o God Report.