Em diversos países do mundo, a narrativa do “discurso de ódio” tem sido utilizada como instrumento de perseguição ideológica contra pessoas que divergem sobre os mais variados assuntos, como os da política e religião. É neste sentido que um pastor está sendo alvo de ataques de ativistas LGBTs, após fazer comentários sobre o homossexualismo.
Josh Williamson, pastor da Igreja Batista de Newquay, no Reino Unido, tomou conhecimento de que a Marcha do Orgulho Gay foi cancelada este ano em seu país. Ele comentou em sua conta no Twitter: “Notícia maravilhosa!”, explicando em seguida aos seguidores que lhe questionaram sobre a postagem: “Eu não acho que o pecado deve ser celebrado”.
Fundamentando mais a sua visão com base na doutrina cristã, o pastor citou passagens dos livros de João, Tiago e 1 Coríntios 6: 9-11, e em outra publicação, dessa vez no Facebook, contou mais detalhes:
“Aleluia!! Oramos em nossa reunião de oração na terça à noite para que este evento fosse cancelado. Também oramos para que o Senhor salvasse os organizadores. Uma oração atendida, agora esperamos que a segunda oração também seja atendida”, escreveu o pastor.
Ataques coordenados
A simples manifestação pública do pastor contra a Parada Gay, baseado em seus princípios de fé e doutrina cristã, despertou a ira de ativistas LGBTs, os quais printaram suas mensagens e iniciaram uma espécie de ataque coordenado contra o líder religioso, incluindo a sua esposa, segundo o Faith Wire.
Organizadores da Parada Gay convocaram seus apoiadores para denunciar o pastor à Polícia por “discurso de ódio”, ameaçando também fazer protestos durante os cultos da igreja liderada pelo líder religioso.
Josh Williamson, então, foi convidado a participar de uma reunião com dois membros do grupo LGBT na Cornualha, a fim de esclarecer melhor a sua visão sobre a homossexualidade. O pastor reafirmou o que a Bíblia diz e no final da reunião, perguntou se poderia deixar um panfleto que fala sobre o assunto, o que foi aceitado.
Entretanto, os representantes LGBTs compartilharam fotos do panfleto nas redes sociais, fazendo parecer que o pastor estaria promovendo a distribuição do material aleatoriamente, o que novamente levantou denúncias por suposto “crime de ódio”.
Em um dos grupos LGBTs, seguidores incentivaram a queima do templo da igreja liderada pelo pastor. “DEIXE QUEIMAR UMA IGREJA! VAMOS QUEIMAR UMA IGREJA”, publicou um dos membros. Outras publicações também incitaram a realização de orgias na igreja, tudo como suposta forma de “protesto”.
“Procuramos falar a verdade”
Josh Williamson denunciou as ameaças à Polícia local, a qual disse procurar apaziguar a situação. Entretanto, em vez de endossar o direito à liberdade religiosa, de consciência e crença do pastor em poder falar abertamente sobre o que a doutrina cristã ensina sobre a homossexualidade, às autoridades pediram ao pastor para evitar fazer publicações supostamente ofensivas à comunidade LGBT.
O pastor se pronunciou novamente, dessa vez relatando o que classifica como “abuso anticristão” por parte dos ativistas LGBTs.
“Minha família e eu, e nossa comunidade da igreja, estamos muito preocupados com o nível de abuso anticristão e ameaças de violência que temos sido alvos nas últimas semanas”, disse Williamson em um comunicado.
“A polícia não falou formalmente comigo sobre nenhum crime de ódio nem procurou o depoimento de uma testemunha para examinar os vários comentários online que incluíram ameaças de incendiar nossa igreja”, acrescenta.
“Como cristãos, procuramos falar a verdade em amor e acolheríamos prontamente todas as pessoas aos nossos cultos. A Bíblia, entretanto, proclama uma mensagem de arrependimento que convida todas as pessoas a abandonarem seus pecados e a confiarem em Cristo. Não seria amoroso permanecermos em silêncio sobre o que a Palavra de Deus diz em relação ao pecado humano, incluindo todas as formas de pecado sexual. Nós, portanto, devemos proclamar a verdade de que a homossexualidade é um pecado, mas que Deus ama os pecadores e Jesus pode perdoar todos os nossos pecados”, conclui o pastor.
Ameaças se tornaram comuns
Defensora judicial do pastor, Andrea Williams, diretora executiva do Christian Legal Centre, afirmou que esse tipo de ameaça contra a liberdade religiosa no Reino Unido, travestida de combate ao “discurso de ódio”, tem se tornado cada vez mais frequente.
“Está se tornando extremamente comum no Reino Unido ver ameaças e apelos à violência contra os cristãos por expressarem sua oposição simples ao Orgulho LGBT. As forças policiais deveriam mostrar aos cristãos que levam isso a sério, protegendo sua liberdade de expressão contra as ameaças da multidão, em vez de tentar manter os cristãos calados”, disse ela.
“Os cristãos são chamados a retribuir o mal com o bem – não tenho dúvidas de que o pastor Williamson continuará a compartilhar a realidade do pecado e as boas novas de Jesus Cristo com o povo de Newquay”, conclui a defensora.