A Igreja Batista de Pinheiro, em Maceió (AL), ocupou manchetes há alguns anos por decidir batizar homossexuais. Agora, o templo da congregação foi reconhecido como Patrimônio Material e Imaterial do estado.
O título foi conferido à igreja pela Assembleia Legislativa de Alagoas. O curioso é que o bairro de Pinheiro, onde a congregação se formou, vem sendo abandonado por empresas e moradores devido a um problema de afundamento do solo.
O pastor Wellington Santos define como “resistência” a permanência da congregação no bairro fantasma: “Não tem sido fácil, mas estamos aqui seguindo com os trabalhos. Não dá para ter culto à noite, por exemplo, as pessoas se sentem muito inseguras. O bairro está completamente desocupado, um cemitério, mas seguimos aqui lutando e resistindo até o fim”.
Em 2016, o pastor foi figura central na decisão da igreja em batizar homossexuais, postura que custou a expulsão da Igreja Batista do Pinheiro da Convenção Batista Brasileira (CBB) por conta da divergência em relação aos ensinamentos bíblicos.
À época, Santos recebeu manifestações de apoio de grupos ideológicos de esquerda, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e Partido dos Trabalhadores (PT).
Agora, o título concedido pela Assembleia Legislativa à congregação é visto pelo polêmico pastor como um reconhecimento da “luta” da congregação:
“Temos muita história para guardar na memória, principalmente a luta que a gente vem travando pelos direitos da mulher, contra a LGBTfobia, contra o racismo. É possível ser igreja e lutar para ser algo além de um discurso. As pessoas vão lembrar que houve uma igreja evangélica que disse não ao ódio”, disse Wellington Santos.
Sem saber por quanto tempo o templo ficará de pé devido ao impacto que o afundamento do solo exerce sobre as construções no bairro, o pastor pretende manter a igreja no local: “Não sabemos como vai ficar a nossa situação, mas podemos garantir que vamos lutar até o fim. Somos uma comunidade de fé e vamos seguir resistindo”, disse Santos, ao G1.