O liberalismo teológico continua avançando em diversas igrejas da Europa. Agora foi a vez da Igreja Católica da Alemanha dar um passo contrário aos ensinos da Bíblia sagrada, aprovando o casamento gay. A decisão foi tomada por representantes da denominação após reunião feita em Frankfurt entre os dias 9 e 11 de março.
Participaram da última assembleia do “Caminho Sinodal” da Alemanha 202 pessoas. Desse total, 76 votaram a favor da benção ao casamento gay. Outros 14 votaram contra e 12 se abstiveram.
Entre as medidas aprovadas, também está a ordenação de mulheres para o diaconato; a bênção do casamento para divorciados; o fim da exigência do celibato para padres, entre outras propostas.
O Papa é contra
A decisão tomada pela Igreja Católica da Alemanha contraria o Vaticano. Segundo informações do jornal alemão Deutsche Welle, o Papa Francisco já havia advertido a igreja alemã de que o casamento gay não poderá ser reconhecido pela denominação mundial, e que isso poderá causar uma divisão.
Este ano o líder mundial da Igreja Católica voltou a reiterar a visão da igreja sobre a prática homossexual, dizendo que é um pecado. Ele, contudo, frisou que pessoas homossexuais devem ser respeitadas, e não criminalizadas.
Na ocasião, Francisco criticou o fato de alguns países ainda criminalizarem a relação entre pessoas do mesmo sexo. “Isso não está certo. Pessoas com tendências homossexuais são filhos de Deus. Deus as ama. Deus as acompanha… condenar uma pessoa assim é um pecado. Criminalizar pessoas com tendências homossexuais é uma injustiça”, disse ele.
“Ser homossexual não é crime. Não é crime, mas é um pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir um pecado de um crime. Também é pecado não ter caridade com o próximo”, explicou o Papa católico.
Com a aprovação do casamento gay, contudo, a Igreja Católica alemã impõe um desafio ao Vaticano, que deverá discutir as propostas em outubro, podendo acatá-las ou rejeitá-las.
“Ser homossexual não é crime, mas é um pecado”, diz Papa Francisco