Matéria de um dos principais portais jornalísticos do país divulgou a informação de que a Igreja Deus é Amor, uma das principais denominações de tradição pentecostal no Brasil, mantém três offshores no exterior.
A abertura de offshores pode ter diversas finalidades, incluindo investimentos, mas sendo normalmente contas bancárias ou empresas que visam escapar das cobranças tributárias em seu país de origem, neste caso o Brasil.
O que a reportagem chamou atenção, contudo, foi o fato de que no Brasil as igrejas e suas instituições beneficentes já possuem isenção tributária, o que torna a abertura de offshores por parte da Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA) algo curioso.
Diante disso, a matéria assinada por Jéssica Ribeiro e publicada pelo Metrópoles falou com um ex-membro da denominação, o advogado Francisco Tenório, que integrou a igreja entre os anos 1989 e 2004.
“Em geral, esses bens que vocês jornalistas conseguem rastrear no exterior, são bens que foram obtidos com recursos da instituição religiosa: dízimos, ofertas, recursos de política, lavagem de dinheiro, em alguns casos, que são incorporados ao patrimônio de seus líderes/donos. Por isso, lançam mão de offshores. É a mesma lógica do político corrupto que desvia verbas públicas para agregá-la em seu patrimônio”, disse ele.
É importante destacar que a abertura de offshores não é ilegal, podendo ser feita, também, por igrejas e seus líderes. A impressão negativa neste caso, porém, é sobre a natureza da motivação por trás dessa iniciativa, que para Tenório parece ser distribuir o patrimônio da denominação entre os líderes da igreja.
“Na IPDA, por exemplo, a antiga sede regional de Santo André, na Avenida 15 de Novembro, foi colocada no nome do falecido David Miranda, e essa é uma informação pública que está no inventário dele”, disse ele.
Tenório também frisou que emissoras de rádio também foram postas em nome dos líderes da denominação, sendo “incorporadas ao patrimônio pessoal da cúpula” da igreja Deus é Amor.
“Descobri isso da pior maneira durante meu estágio no Ministério da Fazenda. Na época, fiquei decepcionado, pois, sem querer, acabei ajudando a construir um império que nada tinha a ver com os ideais pelos quais eu trabalhei como membro da instituição”, disse ele.
A reportagem sobre a Igreja Deus é Amor é mais uma notícia que traz à tona uma fase de polêmicas envolvendo a denominação. Para entender melhor, confira a matéria abaixo:
Em meio a polêmicas, Igreja Deus é Amor vai celebrar mais de 60 anos de existência