Uma adolescente com comorbidades morreu após ser infectada pelo novo coronavírus depois de ter comparecido em uma “festa covid”, realizada por uma igreja. Aos 17 anos, ela tinha sobrepeso e uma doença autoimune, e mesmo usando hidroxicloroquina, ela não resistiu.
A hidroxicloroquina, que vem sendo combinada com azitromicina, ivermectina e zinco por muitos médicos como um coquetel para tratamento precoce de pacientes identificados com Covid-19, tem pouca ou nenhuma eficácia para casos diagnosticados tardiamente. O medicamento já foi usado por milhares de pessoas ao redor do mundo, mas os médicos sempre ressalvam que seu uso deve ser feito nos primeiros dias de sintomas.
A jovem, chamada Carsyn Davis, foi a uma igreja em Fort Myers, Flórida (EUA) com a mãe. O nome do evento, “Festa da Libertação”, era uma referência ao objetivo dos organizadores: contrair a doença de maneira proposital, de acordo com informações do portal Correio da Manhã, e em tese, ficar imune.
Além do sobrepeso, Carsyn Davis era portadora de uma doença autoimune e já havia se recuperado de um câncer quando tinha apenas dois anos de idade.
Ao todo, cerca de cem pessoas compareceram à festa, sem respeitarem o distanciamento social ou usarem máscaras. Nas redes sociais, a festa foi anunciada como uma interação com jogos, brindes, comida e muita música.
A adolescente ficou internada por um mês, mas não resistiu às complicações e faleceu. A investigadora Rebekah Jones, responsável pelo caso, afirmou que “a mãe expôs deliberadamente a filha ao vírus”. Um médico legista constatou que a jovem apenas foi levada para um hospital uma semana após ficar doente.
Os amigos e familiares prestaram homenagens a Carsyn, e sua mãe, Carole Brunton Davis, afirmou em um comunicado que durante o tratamento de Covid-19, a filha nunca “chorou, reclamou ou expressou medo” e destacou ainda que a adolescente era “uma cristã devota e seguidora de Jesus” e “ativamente envolvida na Igreja da Juventude na Primeira Assembleia de Deus em Fort Myers”.