O governo canadense está sendo pressionado a tentar negociar a libertação do pastor Hyeon Soo Lim, que foi condenado à prisão perpétua pelo governo da Coreia do Norte após ser preso durante uma viagem missionária ao país.
Lim, que é cidadão canadense, nasceu na Coreia do Sul e foi viver no país da América do Norte. Ele foi preso em 2015, quando conseguiu entrar no país a partir da China. Ele havia sido enviado como missionário pela Igreja Presbiteriana, e as acusações contra ele não foram comprovadas de forma satisfatória.
Os membros da denominação de Lim, em Toronto, dizem que o pastor desenvolvia trabalhos humanitários na Coreia do Norte, organizando orfanatos, e estava acostumado às viagens ao país.
Acusado de “prejudicar a dignidade do líder supremo”, o ditador Kim Jong-un, o pastor foi acusado de “usar a religião para destruir a Coreia do Norte” e “ajudar na fuga de norte-coreanos”. Durante o julgamento, o pastor terminou por “confessar tais crimes”, mas seus advogados afirmam que Soo Lim tenha sofrido tortura para admitir a “culpa”.
Em uma entrevista à CNN, em janeiro deste ano, Soo Lim explicou que é obrigado a trabalhar oito horas por dia, seis dias por semana, e que seu trabalho consiste em cavar buracos em uma horta. Além disso, recebe tratamento médico, três refeições diárias e aguarda a decisão das autoridades sobre a permissão para ler a Bíblia.
Em uma petição online, os membros da igreja da qual Soo Lim faz parte no Canadá disseram que o pastor “fez mais de 100 viagens à Coréia do Norte durante os últimos 20 anos, fornecendo alimentos, livros e ferramentas agrícolas para os civis”, e frisa que “suas viagens não eram de natureza política”.
A Igreja Presbiteriana Luz em Mississauga está cobrando do governo canadense que interpele o governo norte-coreano para a libertação do pastor, da mesma forma como foi feita com outros cidadãos canadenses presos no Irã e China.
“Sabemos que em ambos os casos, o mais alto nível de funcionários do governo, incluindo o primeiro-ministro Justin Trudeau, foram fundamentais para garantir a libertação desses colegas canadenses”, disse um comunicado da igreja. “Pedimos que o governo canadense demonstre a mesma atenção e determinação quando se envolver em negociações diplomáticas com as autoridades norte-coreanas”.
Segundo o jornal The Star, uma porta-voz do governo para assuntos globais afirmou que a diplomacia canadense está atenta ao caso: “Estamos plenamente envolvidos neste caso, desde o começo. A ministra [Stéphane] Dion se reuniu com o filho do pastor e funcionários consulares, oferecendo assistência ao pastor Lim e à sua família”, disse. “No caso do Sr. Lim, não há nenhuma informação que possa ser compartilhada”, resumiu.