Enquanto movimentos de combate ao racismo em todo o mundo se intensificam, e o grupo Black Lives Matter pede a destruição de obras de arte que representam Jesus como um homem branco, o líder da Igreja da Inglaterra decidiu reverberar o assunto dizendo que o nazareno “não era branco”.
O arcebispo de Canterbury, título usado pelo líder da Igreja da Inglaterra, usou as redes sociais para abordar o assunto de maneira politicamente correta. Justin Welby – que já demonstrou ceder ao consenso de momento em outras ocasiões – publicou imagens de representações de Jesus dizendo serem as suas favoritas, e incluiu a de um homem negro.
O líder anglicano também pediu aos seguidores que publicassem as imagens que consideravam de maior afeto, e acrescentou que é preciso manter em mente que Jesus nasceu no Oriente Médio, o que significa dizer que sua aparência não era europeia.
“Jesus era do Oriente Médio, não branco. É importante lembrar disso. Mas o Deus que adoramos em Cristo é universal, e a esperança que ele oferece é uma boa notícia para todos nós”, disse o arcebispo de Canterbury.
De acordo com informações do portal Christian Today, Welby concedeu uma entrevista à BBC Radio 4 na última sexta-feira, 26 de junho, onde falou sobre as diversas representações étnicas de Jesus em todo o mundo: “Você vê um Jesus preto, um Jesus chinês, um Jesus do Oriente Médio – o que é obviamente o mais preciso – você vê um Jesus fijiano”, comentou.
“Jesus é retratado de tantas maneiras quanto existem culturas, línguas e entendimentos. E eu não acho que jogar fora tudo o que temos no passado é o caminho para fazê-lo, mas penso dizendo: ‘Esse não é o Jesus que existe, não é quem nós adoramos’, é um lembrete de a universalidade do Deus que se tornou totalmente humano”, acrescentou.
O arcebispo tem falado sobre etnias e a Igreja da Inglaterra nas últimas semanas, após os protestos da Black Lives Matter em todo o mundo motivados pelo assassinato de George Floyd. Na visão do líder anglicano, a denominação precisava “arrumar sua casa” contra o racismo, e disse que estátuas e memoriais nas igrejas devem ser revistos e colocados “em contexto”: “Alguns nomes terão que mudar … e outros terão que aparecer”, disse ele.