A Igreja Episcopal Anglicana da Inglaterra se tornou, há tempos, uma denominação alinhada com o politicamente correto social, e seu principal líder, o arcebispo de Canterbury Justin Welby concedeu uma entrevista em que se recusou a rotular a homossexualidade como um pecado.
Segundo o arcebispo, sua posição de não se posicionar de forma clara sobre a homossexualidade se deve ao fato de haver diferenças “irreconciliáveis” na igreja anglicana em todo o mundo, uma vez que no Reino Unido já há aceitação à união gay, mas em outros países fora da Europa a questão é vista de forma oposta.
Justin Welby disse inequivocamente que o ódio contra indivíduos é um pecado, seja por causa da homossexualidade, raça ou por ser mulher, demonstrando que compra o discurso midiático LGBT e feminista de que há ódio generalizado contra homossexuais e mulheres, mas sem ilustrar situações que configurem isso.
Na ampla entrevista à revista GQ, que também abrangeu a saída do Reino Unido da União Europeia e suas funções como líder da Igreja da Inglaterra, o arcebispo disse que “dentro de mim, as coisas que me parecem absolutamente fundamentais são em torno de fidelidade, estabilidade de relacionamentos e relacionamentos amorosos”.
Essa fala foi o gatilho para que o entrevistador questionasse se os tais relacionamentos citados por ele incluíam os homossexuais. A resposta foi, novamente, vaga. “Eu sei que poderia ser. Eu também estou ciente – uma visão profundamente mantida pela tradição desde muito antes do cristianismo, dentro da tradição judaica – que o casamento é entendido invariavelmente como entre um homem e uma mulher”.
Entretanto, o arcebispo acrescentou mais detalhes do contexto: “Eu sei que a igreja em todo o mundo está profundamente dividida sobre isso em alguns lugares, incluindo os anglicanos e outras igrejas, não apenas nós, e nós somos – a grande maioria da igreja – profundamente contra o sexo gay.
“Eu tenho que lutar para ser fiel à tradição, fiel à Escritura, entender qual o chamado e a vontade de Deus no século 21, e responder adequadamente com uma resposta para todas as pessoas – não condená-las, se eu concordo com eles ou não – que abranja ambos os lados do argumento”, afirmou, sem frisar que a homossexualidade é apontada pela Bíblia como pecado. “Eu não tenho uma boa resposta, e não estou progredindo como gostaria”.
Questionado se a Igreja da Inglaterra vê como pecado a oposição à homossexualidade, o arcebispo disse que não, mas ponderou que demonstrar ódio aos homossexuais é “absolutamente errado”, da mesma forma que é o racismo e a misoginia.