Muitas igrejas em todo o país seguem fechadas para a realização de cultos, seguindo a orientação de que as aglomerações sejam evitadas.
Valendo-se do decreto do presidente Jair Bolsonaro, muitas igrejas têm aproveitado para manter as portas abertas e prestar atendimento espiritual para quem procurar aconselhamento, ou mesmo realizar serviços administrativos.
Um desses casos é o da Igreja Pentecostal Deus é Amor, de Porto Alegre (RS), que na última quinta-feira, 26 de março, abriu as portas. De acordo com informações da rádio Gaúcha, uma atendente recebeu a reportagem e revelou que somente serviços internos eram realizados no templo.
A Igreja Mundial do Poder de Deus na capital gaúcha seguiu a mesma linha de suspensão dos cultos. O bispo Ricardo de Holanda, responsável pela filial de Porto Alegre, declarou que está seguindo recomendações: “Acho o que presidente da República acha. O vírus é uma realidade? É. E é necessário isolamento. Mas acho que igrejas e serviços essenciais deveriam ficar abertos para receber as pessoas que vão sofrer com o desemprego. Respeito a recomendação e respeito o prefeito. Já teve o decreto federal. Estamos esperando o prefeito de manifestar”, comentou.
Já a Igreja Universal do Reino de Deus permaneceu fechada, apenas com funcionários realizando tarefas internas. As reuniões, como a denominação do bispo Edir Macedo se refere às celebrações, continuam suspensas onde as autoridades decidiram pela quarentena, e os templos recebem fiéis apenas para orações individuais e auxílio espiritual.
Em comunicado distribuído ao jornal O Estado de S. Paulo, a Universal diz que aproveita a circunstância para oferecer “álcool em gel ou água e sabão a todo visitante que entra em um templo da Universal, para higienizar corretamente as mãos”.
O portal Diário de Pernambuco ouviu as lideranças evangélicas do estado e constatou que as denominações têm seguido as medidas de isolamento social. A Igreja Presbiteriana informou que tomou a decisão de “manter nossos cultos em casa, através das redes sociais e plataformas digitais”. A declaração, do pastor Guilherme Franco, acrescentou que “a fé não imuniza ninguém” do vírus Covid-19.
Já a Igreja Batista orientou aos pastores que “façam o atendimento através de telefone, mídias sociais” para contribuir com a redução no ritmo da disseminação do vírus. Outra determinação do pastor Alberto Cristiano de Freitas, presidente da convenção Batista de Pernambuco, foi que “reuniões de pequenos grupos sejam feitas através de vídeo-conferência, atendendo as recomendações do Ministério da Saúde”.
Beto Barros, diretor da Aliança Cristã Evangélica – associação que representa 60 igrejas e organizações – comentou que o decreto do presidente da República é importante porque “esclarece melhor os parâmetros para a atuação de todos durante a crise”.
Ao Uol, Barros ressaltou que as atividades religiosas “são essenciais”: “Mas ainda recomendamos que não sejam realizados os cultos, mas o atendimento espiritual, emocional e material para os que buscarem os templos”.