O Fórum Centro-Americano sobre Direitos Humanos de Pessoas LGBT, organizado pelo Visibles, um movimento originado na Guatemala, realizou uma pesquisa onde revela o nível de influência que às igrejas evangélicas estão exercendo na cultura, política e, portanto, no estilo de vida da população da América Central.
Denominado “América Central, uma região em dívida com sua população diversa”, o estudo conclui que às igrejas evangélicas são as principais responsáveis por impedir que os movimentos LGBTs consigam avançar com suas agendas político-ideológicas.
Visto com desânimo e preocupação por alguns, especificamente por ativistas alinhados com às pautas políticas LGBTs, o resultado da pesquisa agrada a maioria dos grupos conservadores, também chamados de “pró-vida” e que defendem os valores tradicionais judaico-cristãos, mesmo não sendo religiosos.
“A América Central está passando por um atraso em termos de direitos LGBT”, diz um trecho do estudo, segundo a CBN News.
“Uma das dinâmicas demográficas mais importantes para entender esse fenômeno é o crescimento da influência das igrejas evangélicas e de outros grupos religiosos na política e nas instituições dos países da região”, destaca.
O documento explica que a influência das igrejas evangélicas tem alcançado, também, a política, sendo determinante na eleição de representantes conservadores, mais alinhados com seus princípios.
Um exemplo evidente disso, embora não fazendo parte da América Central, mas sendo fundamental para a influência em toda a América Latina, é a eleição de Jair Messias Bolsonaro no Brasil, possível graças ao apoio maciço dos evangélicos de diferentes denominações, tanto históricas como neopentecostais.
“Esse crescente grupo da população está deixando sua marca nos processos políticos de relevância na região, incluindo as eleições e o curso geral da política promovida pelos governos eleitos, além de atacar o secularismo dos Estados da região”, conclui a pesquisa.
Por fim, o documento cita ainda como exemplo países como a Guatemala, onde 41% dos habitantes são evangélicos, Honduras (39%), Nicarágua (32%), El Salvador (28%) e Costa Rica (25%).