As igrejas em Santa Catarina continuam enfrentando adversidades para realizar as reuniões com fiéis. Inicialmente, os cultos foram suspensos através do decreto do governador Carlos Moisés (PSL), e após relaxamento das medidas a partir de regras de distanciamento, pastores da cidade de Navegantes tiveram que confrontar o prefeito para conseguirem a reabertura dos templos.
O prefeito de Navegantes, Emilio Vieira (PSDB), inicialmente indicou que os cultos na cidade continuariam suspensos. Diante da possibilidade, o pastor Gilberto William, um dos diretores do conselho de Ministros Cristãos de Navegantes (COMNAV), acompanhado de outros líderes religiosos, adotaram uma postura de confronto em relação à medida.
Segundo o portal local Diarinho, os líderes evangélicos enviaram recado ao prefeito indicando que se não houvesse nenhuma mudança na intenção de manter os cultos suspensos, as igrejas se mobilizariam para fazer um protesto em frente ao paço municipal de Navegantes.
Os pastores queriam explicações da prefeitura sobre o motivo de manter as igrejas fechadas no município, mesmo após a liberação do governo estadual. “Vamos reivindicar a norma estabelecida pelo estado quanto ao funcionamento das igrejas”, avisou o pastor Gilberto William, referindo-se à portaria 254 da secretaria de Estado da Saúde.
Diante da pressão dos líderes evangélicos, Vieira decidiu recuar e liberou a abertura das igrejas e templos na cidade. Ele chamou os pastores ao gabinete e se comprometeu a conversar com a secretária de Saúde do município, Claudete Hermógenes, que coordena o Comitê de Crise de Combate de Navegantes, para flexibilizar a medida restritiva.
Até essa reunião entre o prefeito e os pastores, o Comitê de Crise havia decido não liberar a retomada dos cultos, missas e demais reuniões religiosas na cidade por considerar precipitada a medida do governo do estado, justificando que houve aumento no número de doentes (ao todo, a cidade tem 19 infectados) e o fato de que boa parte do público religioso local ser formado por idosos, que fazem justamente parte do grupo de risco.
Em contraponto, os pastores argumentaram que a portaria estadual definiu que as igrejas só poderiam abrir com 30% da ocupação e com distância de 1,5 metro entre as cadeiras. Diante dos argumentos, o prefeito conseguiu que o Comitê revisasse a medida inicial e liberou a reabertura dos templos.
Além das normas sanitárias exigidas pelo governo do estado, entretanto, o comitê de Navegantes proibiu que pessoas com mais de 60 anos, com doenças crônicas e/ou gestantes participem dos cultos ou missas.