A utilização da inteligência artificial (IA) no mundo atual é uma realidade sem volta, tendo em vista o seu rápido avanço e múltiplas possibilidades de aplicação. Infelizmente, porém, essa ferramenta também tem sido usada para o mal, incluindo a exploração e abuso sexual de crianças.
Essa foi a conclusão do Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas dos Estados Unidos. Na última segunda-feira, a vice-presidente da organização, Staca Shehan, trouxe números alarmantes sobre o assunto.
Ela informou, por exemplo, que só no ano passado, cerca de 5 mil ferramentas de inteligência artificial generativa – que faz criação de textos, imagens, áudio e vídeos – foram utilizadas para atrair e explorar crianças.
“Estamos vendo que, especialmente com a IA generativa, no ano passado, recebemos quase 5.000 relatórios de casos em que a IA generativa foi usada ou tentou ser usada para explorar uma criança”, disse ela.
Como isso é feito?
Segundo Shehan, os predadores sexuais (criminosos) usam a inteligência artificial basicamente de duas formas. Na primeira, eles buscam aprendizado, fazendo perguntas sobre como devem agir como “se fossem uma criança, para que eles possam se envolver em comunicação online com outras crianças parecendo ter a mesma idade, com a intenção de explorá-los”.
A segunda utilização feita pelos criminosos é a criação de personagens realistas, a fim de que possam se passar por eles, interagindo com as crianças como se fossem pessoas reais, quando na verdade são predadores sexuais mascarados pela IA.
Shehan, por fim, fez um apelo para que os pais fiquem atentos e busquem informações sobre como conscientizar seus filhos sobre os riscos envolvidos com a interação online.
“Estamos vendo os infratores usarem estas ferramentas de forma a atingir crianças, enquanto estas ferramentas estão sendo criadas sem princípios de segurança por designes”, disse ela, segundo o The Christian Post. “Estamos vendo como estão se tornando mais arriscadas em termos da sua capacidade de explorar crianças”.
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