A Bíblia sagrada é a obra mais lida do mundo, vendida e copiada por séculos, dado à importância do seu conteúdo moral, espiritual, histórico e sociológico. No entanto, para um pai de aluno que estuda numa escola de Utah, nos Estados Unidos, o livro seria “pornográfico”.
Esse foi o argumento utilizado por um pai de aluno que pediu a exclusão da Bíblia da biblioteca da escola Davis School District, em Farmington. “Tire essa pornografia de nossas escolas”, disparou o homem, segundo informações da Fox News.
O sujeito, que não teve o nome divulgado, alega que o seu pedido seria justo, pois estaria baseado na aprovação de uma lei estadual conhecida como “HB374”. A medida determina a proibição de conteúdos pornográficos nas escolas de Utah.
Contudo, para o escritório de advocacia cristão First Liberty Institute, que defende a liberdade religiosa, o pedido do pai é absurdo e infundado. “A remoção da Bíblia constituiria hostilidade contra o cristianismo”, diz a entidade.
Em seu argumento, o pai apresentou uma série de versículos que falam sobre questões ligadas à sexualidade e/ou ao sexo, tais como “incesto, onanismo, bestialidade, prostituição, mutilação genital, felação, dildos, estupro e até infanticídio”, escreve o homem.
De acordo com a teologia cristã, contudo, as passagens bíblicas sobre esses assuntos estão dentro de um contexto histórico-cultural e não possuem qualquer relação com a promoção de pornografia, mas tão somente com relatos envolvendo personagens e povos, práticas abominadas ou aprovadas por Deus e registro poético quando tratam do amor entre o homem e a mulher, por exemplo, no livro de Cântico dos Cânticos.
Valor inestimável
Para os advogados do First Liberty Institute, não há dúvida de que a Bíblia possui um valor inestimável enquanto literatura, sendo por isso digna de estar presente nas bibliotecas escolares, além do seu valor principal, obviamente, enquanto inerrante Palavra de Deus.
“Na verdade, de acordo com a Suprema Corte dos Estados Unidos, ‘certamente pode-se dizer que a Bíblia é digna de estudo por suas qualidades literárias e históricas'”, dizem os advogados.
Keisha Russell, conselheira do grupo, reforça: “O sério valor educacional da Bíblia para alunos do ensino médio é inquestionável. Longe de ser inapropriado, como muitos estudos mostraram, o conhecimento da Bíblia é realmente importante para a educação de um aluno.”
Russell também lembrou que a defesa da liberdade religiosa envolvendo o uso da Bíblia se aplica às demais religiões e crenças. A presença ou não de outros livros do gênero diz respeito a uma consequência natural da representatividade dos diferentes grupos, onde a maioria, que é cristã, costuma ser mais forte.