O governo do Irã respondeu à pressão internacional para libertar o pastor Saeed Abedini com uma oferta de troca de prisioneiros mantidos pelos Estados Unidos. O gesto denotou que as autoridades de Teerã enxergam no evangélico uma oportunidade de barganha.
A informação sobre a oferta de troca de Abedini por 19 criminosos mantidos pelos Estados Unidos na cadeia foi revelada durante a Assembleia Geral da ONU.
A esposa de Saeed Abedini, Naghmeh, comentou a oferta do Irã com repulsa: “Meu marido não é garantia. Ele é um pai e um homem que não desrespeitou nenhuma lei. No entanto, o Irã está tratando-o como uma peça em um jogo de xadrez. O presidente [Hassan] Rouhani diz que a América deve libertar 19 criminosos em troca de da libertação dos cristãos norte-americanos, como meu marido, preso apenas em razão de sua fé. Isto demonstra que o Irã de hoje não é diferente do Irã que capturou reféns americanos durante a revolução iraniana”, criticou.
Para Naghmeh Abedini, o país está perdendo uma oportunidade de mostrar que merece o voto de confiança que está recebendo através do acordo nuclear: “O ambiente é propício para que o Irã para demonstre que está pronto para voltar ao mercado global e ao cenário internacional de diplomatas; é hora de mostrar a sua ‘boa vontade’, mudar sua imagem para a de um membro da sociedade global que vai proteger os direitos fundamentais”, acrescentou.
O presidente iraniano concedeu uma entrevista à CNN no último domingo, 27 de setembro, e afirmou que a única maneira de soltar o pastor antes do fim de sua sentença é a troca de prisioneiros: “Se os americanos tomarem as medidas adequadas e definirem que [um número de iranianos que estão presos nos Estados Unidos] serão libertos, certamente o ambiente será aberto e as circunstâncias corretas serão criadas para fazermos tudo ao nosso alcance e nossa competência para trazer a liberdade para os norte-americanos detidos no Irã também, o mais rápido possível”, disse Rouhani, afirmando que a tendência é agir com “reciprocidade”.
A declaração do presidente aponta que o Irã não reconhece as acusações de crimes contra os iranianos presos nos Estados Unidos. O ACLJ classificou a oferta do presidente Rouhani como “absurda e insultuosa”.