O deputado Jean Wyllys (PSOL), militante LGBT, voltou a atacar o perfil conservador de grande parte da sociedade brasileira ao defender as agressões feitas à fé cristã pelos cantores Daniela Mercury e Johnny Hooker no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG).
Segundo o ex-BBB, foram feitos “ataques covardes” a Mercury e Hooker pois suas manifestações no FIG teriam sido “deturpadas”, e que a reprovação social ao episódio seria “mais um sintoma preocupante da onda de fascismo que estamos sofrendo”.
“De uns tempos pra cá, tem se tornado comum no Brasil que apresentações de arte sejam atacadas e difamadas quando remetem ao pensamento crítico. A repulsa à cultura, às artes e à intelectualidade é um sintoma clássico do fascismo”, afirmou Wyllys, numa publicação em sua página do Facebook.
O uso da palavra “fascismo” como se fosse uma espécie de “adjetivo curinga” para atacar os opositores em questões ideológicas e políticas é uma das características de Jean Wyllys e de quase a totalidade dos militantes LGBT e de esquerda, omitindo a origem do movimento na Itália em um sistema de governo oriundo do socialismo, que é a bandeira que defendem.
Mais à frente, Jean Wyllys fez menção ao escritor italiano Umberto Eco, que declarou em entrevista concedida em 2011 que “informação demais faz mal“, e voltou a criticar a postura popular de objeção às manifestações – supostamente – artísticas do Queermuseu (com alusão à pedofilia, zoofilia e blasfêmia), por exemplo, entre outros.
“Nos últimos anos, a perseguição contra os artistas virou moda nos grupos neofascistas brasileiros. Foi assim quando a mostra de arte Queemuseu foi cancelada em Porto Alegre, após a pressão de autoproclamados defensores da família. Foi assim quando o prefeito do Rio, o fundamentalista Marcello Crivella, mandou censurar a exposição Corpos Visíveis. E foi assim quando, mais recentemente, fanáticos apresentaram até uma queixa-crime contra a apresentação de Johnny Hooker no Festival de Garanhuns. E agora, também, esses canalhas começaram a difamar a Daniela!”, irritou-se o deputado.
Segundo a visão do parlamentar, o movimento conservador não seria espontâneo, e sim, fruto de influências: “Há tempos, basta meia dúzia de artistas se reunirem para uma apresentação que fale sobre diversidade, para rapidamente as máquinas de propaganda do conservadorismo rufarem”.
Segundo Wyllys, “é preciso dar um basta” à oposição existente aos movimentos politicos congregados sob o guarda-chuva da esquerda, pois essa postura, escreveu o deputado, é “burrice motivada”.
“Desmascarar o oportunismo e colocar nua a burrice motivada, que é a ignorância útil para cacifar malandros. Reavivar o papel transformador da cultura. Insistir em reflexões”, teorizou, antes de conclamar ao confronto ideológico: “Aqui não podemos recuar. Não podemos ceder no direito à liberdade artística! Como disse Daniela Mercury, indignada com sucessivas tentativas de nos calar, não houve até hoje civilização saudável sem uma cultura viva!”.
Fascismo e conservadorismo
Nos vídeos abaixo, divulgados nas redes sociais por pensadores sem ligação evidente com movimentos religiosos, há breves resumos sobre o que é o fascismo e a verdadeira origem do movimento conservador e seu significado.
Assista ao “O fascismo não é de direita”, do filósofo Luiz Felipe Pondé, que faz uma apresentação sobre a essência do conservadorismo e sua oposição ao fascismo:
Confira, abaixo, a íntegra da publicação do deputado federal Jean Wyllys (PSOL):