O ativista gay e deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) voltou a falar que teme os representantes dos evangélicos na política tornem o Brasil um país hostil às minorias.
Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, Wyllys – que foi apresentado como um ex-BBB – afirmou que o Brasil é “uma nação homofóbica”, e espera “ver maior radicalismo e violência como duas das forças que virão à tona” no Brasil em 2014, referindo-se à promessa de protestos populares.
“As pessoas querem mais do que comida e mais do que o mercado consumidor, querem transparência na política, transparência nos gastos públicos, menos corrupção entre o Estado e o setor privado, e eles querem mais participação no sistema político”, observou o deputado, antes de relacionar a insatisfação popular com sua agenda pessoal: “Meu medo é que o Brasil venha se tornar uma república teocrática”, afirmou.
Segundo Wyllys, existe a possibilidade de que, num futuro em que os evangélicos se tornem maioria no país, um suposto preconceito contra os que não são adeptos às suas doutrinas venha à tona: “Estou preocupado que eles poderiam restringir as liberdades de minorias étnicas, religiosas e sexuais”, afirmou o deputado, sem especificar quais seriam as “minorias étnicas”, uma vez que o Brasil – assim como os fiéis evangélicos – é formado por uma miscigenação de etnias.
O deputado ainda afirmou que só não é vítima de preconceito público por parte de seus colegas no legislativo porque ele se impõe: “Há muitos senadores e deputados que são homofóbicos. Mas eles não têm a coragem de me discriminar abertamente, porque eles sabem que eu estou preparado para me defender contra a discriminação. Minha imagem exige respeito”, disse.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+