Repudiado por 23 pastores do Rio de Janeiro que assinaram um documento afirmando não reconhecê-lo como líder evangélico, Henrique Vieira comemorou a sua participação no carnaval do estado, quando teve a oportunidade de desfilar na escola de samba Mangueira, interpretando a figura de Jesus Cristo.
“Como pastor, como ator e como discípulo de Jesus, eu vi que Jesus foi honrado”, afirmou ele durante uma entrevista para o UOL. Vieira já havia demonstrado a sua expectativa sobre o desfile, afirmando que a Mangueira traria para o sambódromo “o verdadeiro Jesus”.
“Será um Jesus de amor, justiça e defesa dos corpos oprimidos”, disse ele em outra ocasião. “Numa época em que se usa tanto o nome de Cristo para estimular o ódio, o preconceito, a violência, a opressão, a Mangueira vai levar para a avenida o verdadeiro Jesus da Bíblia”.
Com o tema “A Verdade Vos Fará Livre”, o enredo da Mangueira retratou Jesus Cristo na figura de pessoas diversas, mas de forma romantizada, abstrata quanto à verdadeira mensagem de Cristo, a qual trás a esperança da salvação mediante à Graça e amor divinos, mas também a de justiça e condenação diante dos pecados humanos contra Deus.
Segundo Vieira, porém, o Messias teria sido honrado pela Mangueira porque “Jesus é ofendido quando o povo negro é alvo de preconceito, quando uma mulher sofre violência, quando indígena corre de bala, quando o pobre é massacrado. Hoje Jesus foi celebrado com festa, com alegria, com respeito”, afirmou o ex-vereador de Niterói filiado ao PSOL, segundo a Geledes.
Além das temáticas cristãs trazidas para o carnaval do Rio de Janeiro em 2020, críticas a líderes cristãos e também ao presidente Jair Bolsonaro – associado aos evangélicos – também foram marcantes.
Além da Mangueira, a paulista Mancha Verde, com seu enredo “Pai! Perdoai, Eles Não Sabem o que Fazem!”, também criticou os ministros Paulo Guedes e Damares Alves.