Mussum foi um dos humoristas brasileiros mais politicamente incorretos, sempre se valendo do estereótipo para fazer piadas com tudo que, hoje, é considerado agressão. Em seu tempo, no entanto, causava gargalhadas no público. Ele integrou o grupo original de Os Trapalhões, fez filmes e séries de televisão, e morreu em 1994, aos 53 anos, vítima de complicações ocorridas após um transplante de coração.
De acordo com Dedé Santana, colega de Mussum nos Trapalhões, o humorista conhecido por cunhar expressões como “cacildis” e “mé”, entre outras, teria se convertido ao Evangelho em seu leito de morte.
“Graças a Deus o Mussum morreu salvo. Ele aceitou a Jesus já no leito [de morte]. Eu levei uma Bíblia para ele. Pouca gente sabe disso. Ele reconheceu: ‘Jesus é maravilhoso, Dedé’ e um dia depois ele faleceu”, contou o humorista, no web-programa Nova Talk, apresentado pelo pastor Mauricio Fragale, da Igreja Nova, no Rio de Janeiro.
No programa, Dedé contou também seu testemunho de conversão ao Evangelho, lembrando que levou tempo para se convencer de que Jesus Cristo era seu Salvador. “Eu não fui como Paulo, um perseguidor [da Igreja], mas era um ‘debochador’. Eu debochava de crente… as coisas foram acontecendo devagar comigo”, pontuou.
“A primeira coisa que aconteceu comigo e foi impressionante, foi que eu estava fazendo show com os trapalhões lá em Cabo Frio. A gente ia de ônibus, todo mundo… nós ficamos lá uma semana e no penúltimo dia eu falei: ‘Vou de carro, porque eu quero voltar antes’. Se eu ficasse até o fim, teria que esperar todo mundo se decidir e eu tinha pressa de voltar”, disse, recapitulando um dos episódios que o levaram a se entregar a Jesus.
“Quando eu cheguei em Niterói, parei no semáforo […] e bateram no meu vidro, eu tomei um susto. Era uma senhora com um cabelo comprido, segurando [o que parecia ser] uma agenda na mão. Ela batia no vidro e queria falar comigo. A gente fica meio preocupado, mas eu abri e ela falou: ‘Este é presente para você'”, prosseguiu.
O presente, no entanto, não era uma agenda, e sim, um exemplar da Bíblia Sagrda: “Eu peguei aquela agenda e quando eu voltei do show, pensei: ‘Engraçado, eu nunca tinha visto uma agenda com fecho eclair [zíper]. E quando eu abri o fecho eclair para ver a agenda, não era uma agenda, era uma Bíblia e a coisa que me impressionou muito: a dedicatória foi toda feita para mim, com o meu nome. Eu achei aquilo uma coisa muito impressionante, mas ainda não levei aquilo muito a sério”, acrescentou.
Em outra ocasião, quando viajou a Angola para uma homenagem aos Trapalhões, Dedé e os demais humoristas foram recebidos por uma multidão de 60 mil fãs no aeroporto, e um acontecimento chamou sua atenção.
“Tinha uma única pessoa de terno, com uma gravata vermelha e uma Bíblia na mão. O pessoal se empurrava, ele caía e continuava falando: ‘Irmão Dedé, Deus falou comigo, você precisa acreditar em mim, Jesus quer salvar você’. Eu entrei no ônibus e falei: ‘Mussum, aqui também tem aqueles malucos que falam: ‘Jesus te ama'”, relatou.
Oito anos depois dessa viagem a Angola, Dedé se rendeu à mensagem da cruz: “Eu me converti e fui pra Assembleia de Deus Madureira. Eu fui de terno, imagina no Rio, 40 graus. […] Eu entrei na igreja e fiquei lá atrás… sabe como é artista, vai acompanhando… O pessoal levantava, eu também levantava, o pessoal levantava a mão e eu levantava a mão”.
“No final do culto, o pastor da igreja, Manoel Ferreira disse: ‘Temos um novo convertido, queria pedir que ele viesse aqui’. Eu nunca tremi tanto na minha vida. Eu cheguei ali na beiradinha e o pastor disse: ‘Pode subir, Dedé’. Nervoso, acabei subindo. Sabe como é a Assembleia de Deus… ficam uns 80 pastores lá atrás [risos]. No meio daqueles 80, tinha um único com a gravata vermelha, que gritou: ‘irmão Dedé, não falei que Jesus ia salvar você?’ Oito anos depois, era o mesmo cara que estava em Angola”, testemunhou.
Assista ao testemunho de Dedé Santana sobre sua conversão e a de Mussum: